Sempre que o usuário receber uma mensagem que já foi encaminhada para cinco ou mais pessoas antes dele (independente dela ser uma piada, um meme, um link para site de notícias ou uma imagem com dados e informações sobre qualquer assunto), o aplicativo exibirá uma “lupa” ao lado direito da mensagem. Ao clicar nessa “lupa”, o conteúdo da mensagem será enviado para uma busca online, que irá jogar o texto em mecanismos de busca (por exemplo, o Google) e retornar resultados que ajudarão o usuário entender se aquilo se trata de algo real ou se é uma “fake news” — algo inventado para enganar as pessoas. A empresa garante que este recurso não irá quebrar a criptografia ponta-a-ponta do aplicativo – ou seja, em nenhum momento o Facebook (empresa dona do WhatsApp) terá acesso ao conteúdo de suas mensagens. Isto será possível porque toda a operação de copiar o conteúdo da mensagem e enviá-la para os mecanismos de busca será executada dentro do próprio smartphone ou do computador (no caso do WhatsApp Web) do usuário, e em nenhum momento esse conteúdo é enviado para os provedores do WhatsApp. Esta nova ferramenta contra fake news já está disponível nas versões do WhatsApp para Android, iOS e no WhatsApp Web para usuários do Brasil, Estados Unidos, Irlanda, Itália, México, Reino Unido e Espanha.
WhatsApp e as Fake News
Não é de hoje que o WhatsApp e o Facebook tem se preocupado com o uso do aplicativo para a disseminação de campanhas de desinformação, e desde que o escândalo envolvendo Facebook e Cambridge Analytica foi revelado, o aplicativo é um dos principais alvos de investigações que tentam solucionar o problema das fake news — principalmente aquelas com motivações políticas. Recentemente, a Graphika (agência de análise e mapeamento de informações online) revelou que, nos últimos seis anos, um grupo misterioso utilizou diversos documentos forjados e contas falsas para espalhar mundialmente uma campanha de fake news favorável ao governo russo, e esta campanha utilizou algumas das principais redes sociais e aplicativos de mensagem para propagar suas “revelações” falsificadas, Por isso, o investimento pelo WhatsApp em ferramentas para tentar evitar que o aplicativo seja utilizado para propagar fake news não é algo novo: no ano passado, a empresa chegou a testar uma ferramenta bem parecida com a que esta sendo implementada agora, e que permitia aos usuários comparar uma imagem recebida com resultados de busca do Google para descobrir se a foto que enviaram para ele é mesmo real ou se foi uma montagem. Já neste ano, frente a pandemia do novo coronavírus, a empresa já tomou outras atitudes para tentar diminuir o alcance de notícias falsas, como limitar o número de vezes que uma pessoa pode encaminhar a mesma mensagem. Além disso, o WhatsApp também fez uma doação de US$ 1 milhão de dólares para Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN) do Instituto Paynter, dinheiro que está sendo usado para se fazer a verificação de “curas” e outras fake news que possam surgir em relação ao COVID-19 em diversos países. Fonte: WhatsApp