Durante este período, foram vendidos um total de 1,26 milhões de notebooks e desktops no Brasil, o que significa que um número de 205 mil unidades vendidas a menos quando comparamos com o primeiro trimestre de 2020, e 183 mil a menos quando comparamos com o mesmo período de 2019. Mesmo com um número menor de unidades vendidas houve um aumento na receita total do período, que fechou em R$ 5,3 bilhões — cerca de 18% maior do que no mesmo período do ano passado. Apesar da queda geral, chama a atenção o crescimento de 90% no segmento de computadores de alta performance, onde se encontram os chamados “PC gamers” (computadores desenvolvidos para rodar jogos com o máximo de performance) e máquinas utilizadas por profissionais de design, fotografia, editores de vídeo e aqueles que trabalham com modelagem 3D e animações. Entre as máquinas para este nicho de consumidores, foram vendidos 92 mil notebooks e 20,4 mil PCs do tipo desktop. Já na comparação entre atacado e varejo, o segundo foi claramente o responsável pela maior parte das vendas: 906.423 dos computadores vendidos no período foram adquiridos em varejistas (considerando lojas físicas, e-commerce e supermercados), o que representa quase 72% de todos os computadores vendidos no período. A preferência do consumidor foi pelos notebooks, que significaram cerca de 87% de todos os computadores vendidos pelo varejo, com 795.351 unidades vendidas.
Motivos para a queda na venda de PCs
Um dos fatores possíveis para essa queda na venda de computadores é a pandemia de COVID-19, que enquanto criou uma “bolha” de crescimento no primeiro trimestre do ano (pelo fato das empresas passarem a aderir ao home office e se tornou necessário melhorar os equipamentos que os trabalhadores possuíam em casa), também acabou contribuindo para um aumento do desemprego e a diminuição do poder de compra da população, o que pode ter afetado diretamente as vendas de computadores. Outros fatores apontados, principalmente para explicar a diminuição da compra de PCs pelo setor empresarial, é a alta no valor do dólar (que fechou o mês de junho com um valor de câmbio médio de R$ 5,50) e as mudanças feitas pelo governo na forma de cobrar o IPI e o ICMS, o que fez com que praticamente todo o setor empresarial diminuísse as vendas de computadores. O único nicho do mercado corporativo que não diminuiu suas compras no segundo trimestre foi o setor educacional, que aumentou em 11,2% a compra de computadores. Isto pode ser explicado pela necessidade de muitas escolas em implantarem sistemas de EAD (educação à distância) devido à pandemia. Com a alta do dólar, também houve um aumento no preço desses aparelhos — o que também pode ter contribuído para a queda nas vendas. No segundo trimestre de 2019, o preço médio de um computador desktop era de R$ 2.150, enquanto o preço médio de um notebook era de R$ 2.670. Este valor acabou subindo mais de 60% quando comparado com o mesmo período deste ano, em que o valor médio de um desktop é de R$ 3.607,08 (67,8% maior do que em 2019) e o de um notebook é R$ 4.342,45 (62,6% maior). De acordo com Rodrigo Okayama Pereira, analista da IDC Brasil, o segundo trimestre de 2020 foi marcado pelo repasse de preços ao consumidor, e a previsão da empresa para os próximos meses é de um ligeiro crescimento de 1,2% no terceiro trimestre deste ano, e de 3,5% no quarto trimestre. Este crescimento deverá ser impulsionado pelo setor varejista, que para a IDC deve crescer até 4,4% no ano, enquanto a expectativa é que as vendas ao setor corporativo apresentem uma queda de cerca de 10%. Fonte: Convergência Digital