Após uma década e meia de crescimento vertiginoso, o Facebook tornou-se uma colossal corporação de tecnologia com 2,3 bilhões de usuários mensais espalhados pelo mundo, que arrecadou US$ 16,9 bilhões de dólares somente no último trimestre de 2018 e cujo valor de mercado atual gira em torno dos 488 bilhões de dólares. Apesar do sucesso financeiro, há muito tempo a empresa criada e administrada por Zuckerberg também coleciona escândalos, investigações e questionamentos sobre seus efeitos na saúde física e mental dos usuários e o impacto na sociedade em geral. Justamente por conta de todas as polêmicas acumuladas ao longo dos últimos 15 anos o jornal americano The New York Times produziu uma paródia direcionada a Mark Zuckerberg dos vídeos gerados pelo Facebook na ocasião dos “aniversários de amizade” entre usuários da rede social. A lista abaixo reúne algumas das controvérsias enfrentadas pela rede social e destacadas no vídeo do NYT:
a debandada de usuários em mercados mais ricos, como América do Norte e Europa, ligeiramente revertida no último trimestre; a quantidade de perfis fake, estimada em 116 milhões;as denúncias de que a ferramenta de anúncios do Facebook permite a violação de leis antidiscriminação (por exemplo, ocultando de usuários negros anúncios de imóveis à venda em determindadas regiões); o acordo firmado em 2010 com o FTC (órgão regulador americano) como punição por “enganar os consumidores” quanto à privacidade das informações publicadas na rede social; a proliferação dos discursos de ódio contra minorias; o escândalo Cambridge Analytica; a manipulação de eleitores por agentes russos;as brechas de segurança que expuseram dados de dezenas de milhões de pessoas;a demora da plataforma em remover postagens extremistas que incentivavam atentados contra mesquitas e templos budistas no Sri Lanka.
O vídeo “celebratório” termina com uma generosa dose de sarcasmo ao desejar “mais 15 anos de invasão de privacidade, interferência russa, violência, divisão social, pornografia de vingança, desinformação, fraude eleitoral, lobby anti-regulatório e discursos de ódio”. Vale destacar que a maior parte desses problemas não são novos, não foram criados pelo Facebook e sua solução não é de responsabilidade exclusiva da rede, mas a companhia exerce hoje um papel proeminente na sociedade global e tornou-se um veículo para esse tipo de malfeitoria, seja por interesse, ingenuidade, incompetência ou inércia. Com sorte, esse tipo de puxão de orelha servirá para que daqui a 15 anos deixemos as ironias de lado e tenhamos muito mais lembranças boas a comemorar.