Usar máscara N95 ajuda?
Ao mesmo tempo em que novas variantes do coronavírus se espalham e que a vacinação contra a COVID-19 ainda está no começo aqui no Brasil, a necessidade das máscaras como proteção é um dos pilares do combate a pandemia. Porém, é claro que as máscaras mais comuns tem suas limitações na prevenção, assim como as máscaras antivirais, que mesmo que sejam um pouco melhores que as máscaras de tecido comuns, ainda não apresentam uma melhora significativa.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) indica o uso de máscaras de tecido para a população em geral, e de máscaras cirúrgicas e a N95 (ou PFF2, no padrão brasileiro) para profissionais da área de saúde. A OMS (Organização Mundial de Saúde) mantém a recomendação de uso de máscaras de tecido para o público em geral, enquanto países como a França já começam a exigir da população usar a máscara N95.
O uso de máscaras e sua importância na pandemia se dá principalmente por conta da transmissão do vírus por meio de gotículas que emitimos ao falar ou espirrar e que se mantêm suspensas no ar, chamados aerossóis. As máscaras como a N95 seguem padrões estabelecidos por normas técnicas para garantir um nível alto de proteção, diferente de máscaras de pano ou artesanais, o que torna possível saber sua capacidade de filtragem de gotículas, que no caso da N95 é 95% das partículas.
Cabe dizer também que por mais que a N95 seja o termo pesquisado no Brasil, essa é uma nomenclatura americana, sendo a brasileira a PFF2. A recomendação geral, ao usar a máscara N95, é de usar os modelos sem válvulas, que contam com saídas de ar sem filtragem.
Outro fator que ajuda e muito as máscaras desses padrões terem uma maior proteção é a vedação, que conta com uma estrutura semi-rígida que se adapta ao contorno do nariz, e elásticos que ficam presos na cabeça e na nuca que geram uma maior tensão para a máscara se prender ao rosto, quando comparamos com as que ficam somente na orelha. As máscaras contam com filtros também, que aliados com a vedação conseguem realizar filtragem mecânica — onde as partículas ficam presas nas fibras da máscara — e filtração eletrostática — onde as partículas ficam presas em fibras com carga elétrica.
No Brasil, as máscaras desse padrão podem sair por cerca de até 100 reais, mas é importante se atentar a alguns detalhes antes da compra. O principal deles é o selo do Inmetro, que certifica que a máscara passou por todas as inspeções de segurança necessárias. No caso das máscaras comuns, de tecido, é muito difícil saber o nível de proteção, já que além de cada uma ser um modelo diferente elas se ajustam de forma diferentes ao rosto de cada usuário.
Outra recomendação, caso você esteja em ambientes de alto risco como aviões ou ônibus, é o respirador P100 e óculos fechados. Porém, como o respirador conta com válvulas para escape do ar, é necessário usar uma máscara de tecido em cima dele para evitar colocar em perigo as pessoas ao seu redor. Já nos óculos, pode ser protetores de segurança ou equipamentos usados para esquiar, que fecham a entrada de ar nos olhos.
Opinião de especialistas
Segundo declaração do administrador público Ralph Nader para a revista Veja, usar a máscara N95 é uma ótima opção, chegando ao ponto dele sugerir que se o usuário trabalha fora de casa, que ele compre sete máscaras e use uma por dia, em esquema de revezamento. Ralph Nader, junto da esposa, são os responsáveis pelo perfil “Qual Máscara” no Twitter, que divulga lugares e dicas para o uso do acessório. O engenheiro biomédico Vitor Mori, membro do grupo Observatório Covid-19 BR, em declaração para a BBC, recomenda à população usar a máscara N95 em situações de exposição, como no transporte público. Mas ele deixa claro que essas máscaras são a última linha de defesa, e devem ser usadas quando não há outra proteção, como lugares ventilados e manter distanciamento não é possível. No fim, o que ele acha, principalmente é que se você puder ficar em casa, fique em casa, independente de usar a máscara N95. Evite sair. A pandemia da COVID-19 continua acontecendo. Fique em casa se possível, se cuide e cuide dos outros. A vacinação já teve início no Brasil, e aos poucos a normalidade talvez comece a voltar. Fontes: BBC, Veja