Headset GHS-01
Este fone procura adotar uma abordagem mais tradicional em sua apresentação, oferecendo uma experiência mais crua, mas será que isso vai agradar aos exigentes ouvidos dos usuários?
Design
Diferentemente dos outros headsets da X-Zone e até de outras marcas, o GHS-01 não traz uma aparência tão agressiva, preferindo curvas mais abertas no arco e um visual que tenta misturar elementos modernos ao retrô. Isso fica especialmente evidente quando as hastes retráteis são puxadas — os braços são vazados no miolo e não têm aquele jeitão hi-tech no visual. Isso, porém, traz uma ou outra preocupação quanto à resistência delas, já que elas são tecnicamente mais finas do que o que se vê no GHS-02, outro headset da marca. Dito isso, a X-Zone optou por seguir com menos detalhes de cor neste modelo, posicionando a cor preta em mais de 90% do seu corpo, salvo pela ponta do microfone. Fora isso, as únicas outras cores que você verá aqui são as da iluminação RGB nas laterais das almofadas. Aqui fica um ponto positivo: embora muitos hoje tenham percebido que isso é só mais uma “firula” das empresas que produzem itens “gamer”, o aspecto visual do GHS-01 não deixa de impressionar — especialmente na escuridão. Aqui um detalhe que ajuda bastante: o headset acompanha suporte para você deixar sua mesa organizada. No que tange ao conforto, este fone parece ser mais apegado à esta questão do que, por exemplo, o GHS-02: devido à sua robustez. Este, embora tenha exigido um leve ajuste manual considerando a minha altura e tamanho, fica satisfatoriamente gostoso de usar, sem dobrar as orelhas dentro da almofada e permitindo mais horas de uso do que o de costume sem nenhum incômodo.
Som e cancelamento de ruído
Um headset dessa linha não seria muito bem recebido se não tivesse ótimas capacidades sonoras e, felizmente, a X-Zone atende a todos os pré-requisitos aqui. Embora sua capacidade de isolamento sonoro não filtre todos os estímulos externos, o GHS-01 faz um ótimo trabalho não apenas em eliminar a maioria dos ruídos, mas também minimiza aqueles que passam, ao ponto de serem facilmente ignorados. Isso é especialmente verdade quando você usa o headset em jogos online com estímulos mais altos, como jogos de tiro (aqui, testamos o headset em partidas variadas de PlayerUnknown’s Battlegrounds e Fortnite). Quando você muda do videogame para o streaming, Netflix e Spotify trazem experiências bastante similares: a capacidade multicanal do GHS-01 consegue separar diversos tipos de som, fazendo com que você perceba detalhes que fones comuns e intra-auriculares acabam escondendo — guitarras mais suaves e baixos aprimorados, totalmente inexistentes em fones comuns, só foram audíveis com ele. O microfone permite pequenas dobras para aproximá-lo ou afastá-lo da boca. Ele cumpre tudo o que promete em seu funcionamento, com um atraso de conectividade reduzido em relação ao modelo GHS-02, entregando o áudio para quem escuta com praticamente nenhum delay, e com som bem cristalino. Uma outra vantagem: ele é muito bom em isolar ruídos concomitantes pelo próprio microfone. Esse é um detalhe que não vem mencionado na caixa, então foi uma agradável surpresa. Durante uma videochamada, estava ao mesmo tempo digitando com um teclado bem barulhento, mas o ouvinte do outro lado não ouviu nada. Ah, e ele é destacável, então você pode retirá-lo do corpo e guardá-lo separadamente sem problemas.
Conexões
A exemplo do modelo GHS-02, a X-Zone preferiu apostar no que já vinha funcionando bem, colocando neste headset o mesmo fio revestido de nylon reforçado de dois metros de comprimento, com duas conexões — uma saída híbrida P2/P3 para o microfone e uma USB para a iluminação RGB (que é autônoma e pode ser retirada sem impacto na experiência do usuário) — na ponta. Se o tamanhão do fio incomodar, um prendedor em velcro está afixado ao seu final. Diferente de seu “irmão menor”, porém, o GHS-01 traz um controle de volume mais tradicional, com a roda de volume e o acionador do microfone posicionados um pouco antes da metade do cabo. Para os mais puristas, isso deve ser bem satisfatório, já que os outros modelos da empresa usam uma roda posicionada atrás da almofada esquerda que pode ser facilmente esquecida por quem a usa. O conector híbrido segue o mesmo objetivo de outros modelos da empresa: tornar o headset utilizável em uma multitude de plataformas. Neste caso, o GHS-01 pode ser acoplado ao controle do Xbox One e do PlayStation 4, além de smartphones, algumas TVs e caixas acústicas. Você vai, porém, ter que lidar com o fato de que, fora do PC, o cabo USB que controla a iluminação ficará pendurado à toa — nenhum conector é individualmente removível.
Conclusão
O X-Zone GHS-01 é uma ótima pedida para quem procura uma opção gamer de custo moderado (é, a R$ 369,90, não dá para chamá-lo de “barato”) e que permita ser usado em diversas plataformas. Evidentemente, há opções melhores no mercado, porém o salto em qualidade também será evidente no preço. Para quem não tem muita grana disponível ou não se importa tanto com os detalhes mais minuciosos de uma experiência sonora, esse headset pode muito bem ser uma das melhores opções.
Especificações técnicas do GHS-01
Headset GHS-02
O GHS-02 é um dos dois modelos oferecido pela brasileira X-Zone para o mercado gamer: destinado a usuários que gostam de acessórios de múltipla capacidade, o fone pode ser usado tanto em desktops e laptops como no PlayStation (PS4) e Xbox One (XONE), aproveitando-se do mote da empresa de oferecer produtos a preços mais amigáveis. Mas será que ele cumpre o prometido?
Design
À primeira vista, o X-Zone GHS-02 apresenta um visual agressivo, majoritariamente exibido na cor preta e com detalhes em um verde mais vibrante nas almofadas e em pequenas partes da carcaça. Fazendo jus à categoria de “headset gamer”, o fone traz um microfone circularmente ajustável — ou seja, ele é maleável a ponto de trazer segurança em sua resistência, mas sua posição só se altera de cima para baixo. Com uma aparência simples, porém bastante atraente, o acabamento escuro de seus braços dão um toque arrojado ao seu visual, que conta com linhas de definição no arco gerando um aspecto meio “triangular”. Pense em carros da categoria “american muscle”, com seus frontais mais fortes e imponentes. A X-Zone tentou levar o mesmo aspecto para seu produto — não que tenham conseguido com totalidade, mas dá para pegar a referência, seja ela intencional ou não. No que tange ao conforto, as almofadas protetoras fazem um ótimo serviço, abraçando bem as orelhas, com uma “pegada” um pouco mais justa que, ao mesmo tempo, evita que o suor e o acúmulo de resíduo lhe atrapalhe durante uma sessão mais prolongada de jogatina ou de som, e não fica apertada o suficiente a ponto de te machucar. O lado ruim é que o suporte onde ela se apoia é relativamente avantajado, e em alguns momentos raros, podem atrapalhar: se você precisa apenas abaixar o fone no pescoço, ouvir algo ao seu redor e voltá-lo ao lugar, o conjunto pode apertar as suas bochechas com força — e não do jeito carinhoso que a sua namorada deve fazer. Além disso, as hastes reguláveis não são tão reguláveis assim: eu tenho 1,90m de altura e minha cabeça é relativamente grande. Me peguei, por vezes, tendo que ajustar o lobo das minhas orelhas na almofada porque um braço não desceu o suficiente. Em suma, a regulagem não é muito ampla e você pode acabar tendo que improvisar um ajuste. Não é algo que necessariamente invalide a experiência sonora, mas é interessante de apontar.
Som e cancelamento de ruído
Aqui é onde as coisas ficam um pouco mais desfavoráveis: a página oficial do GHS-02 dentro do e-commerce da X-Zone fala em “isolamento acústico” que “bloqueia sons e ruídos entre diferentes ambientes, ou seja, isola o barulho externo, dando máxima imersão para o seu jogo”. Na prática, não é bem por aí: embora o headset traga algum volume de alívio de estímulos externos, ele não é suficiente para gerar uma imersão 100% fidedigna a quem busca uma experiência de jogo mais focada. Quando testado em um ambiente aberto, por vezes uma simples conversa, em tom normal de voz, entre duas pessoas atravessaram minha música, gerando distração. No caso dos games, esse problema deve ser reduzido (convenhamos: um som de tiro em Counter-Strike é bem mais alto e evidente do que, digamos, um violão suave de qualquer canção do Lenine), mas essa especificidade do uso meio que mata o seu aspecto multitarefas. O microfone, porém, responde muito bem, ainda que com um leve atraso: não chega a meio segundo, mas o delay sonoro entre eu falar e a pessoa do outro lado ouvir se fez notar. Usuários menos puristas, entretanto, poderão justificar isso como um problema na qualidade da conexão de internet. É importante ressaltar, porém, que em nossos testes de videochamadas mais curtas realizadas pelo Google Meet, todas elas tiveram um ou outro momento de “fala > silêncio > resposta”. Pode ter sido um problema no Google Meet ou de internet mesmo. Novamente, nada que vá matar a qualidade de uso do GHS-02.
Conexões
O X-Zone GHS-02 preza por ser um headset gamer multiuso: apenas por tirá-lo da caixa (que acompanha um suporte bem charmoso e conveniente, aliás), você já vê que ele quer servir a um amplo espectro de consumidores: logo de cara, ele traz uma conexão USB e uma entrada híbrida P2/P3 para conexões em smartphones mais antigos, controles de consoles de mesa e saída de áudio do PC. Além disso, para máquinas mais antigas, que ainda separam saídas de microfone e fone de ouvido, um adaptador também vem solto na caixa. Esse apreço por tecnologias que estão de saída do mainstream — smartphones com conectores próprios e máquinas com saídas separadas de áudio já estão cedendo cada vez mais espaço ao conector único USB e ao Bluetooth — ainda mostra que há uma demanda por recursos do tipo, o que, para mim, caiu como uma luva, já que além dos consoles, eu também tenho um smartphone com saída do tipo (e prefiro fones cabeados a bluetooth, pela qualidade sonora). O cabo em si é revestido em nylon e tem extensão de aproximadamente dois metros, o que é bem conveniente caso você se distancie por alguma razão do aparelho que está plugado, mas pode se tornar incomodo quando você está em frente ao computador e precisa puxar e ajeitar o fio que se enrola facilmente nos pés da cadeira ou suas pernas. Você pode enrolar parte dele com um arame e dar conta desse problema. Outro ponto negativo: o conector híbrido e o cabo USB não são separáveis — para usar o fone, por exemplo, no smartphone ou joystick de um PS4, você obrigatoriamente terá que ver um fio solto o tempo inteiro. Atrapalha? Não. Mas pode incomodar.
Conclusão
O X-Zone GHS-02 é o tipo de fone que fará sucesso com fãs de jogos que querem entrar no universo dos periféricos gamers. Entretanto, o objetivo da empresa não é o de competir com as gigantes do setor: empresas como Razer e Alienware são sim conhecidas pela sua qualidade superior, mas também pelos seus preços nada amigáveis aos bolsos. Considerando que os percalços do GHS-02 não necessariamente matam a sua experiência de uso, o preço de R$ 249,00 da loja oficial até se mostra atraente. O som é bem reproduzido, os graves estão mais ou menos na medida certa e o visual certamente atrai olhares. Para quem quer começar a sua jornada em busca de bons periféricos, esse aqui representa um ótimo começo.
Especificações técnicas do X-Zone GHS-02
Kit Gamer X-Zone 4 em 1 GTC-02
O Kit Gamer da X-Zone, batizado de GTC-02, busca atender especificamente a parcela de jogadores ávidos de computador (PC Gamers) com uma caixa com mouse de razoável precisão, um teclado mecânico, um headset e um mousepad, no intuito de criar todo um ecossistema que, no papel, promete inúmeros benefícios à sua jogatina.
Headset
Começando pelo ponto que pode ser mais incômodo, o headset usado no kit, um modelo um pouco mais fraco do que o GHS-01 e GHS-02 teria tudo para ser a peça mais perfeita dos três, mas comete um pecado: ao invés de usar um conector híbrido para os fones, a X-Zone preferiu separá-los — um para os fones, outro para o microfone, além de um terceiro (USB) para a iluminação em LED. O propósito disso tem uma praticidade: quando você tem um componente dedicado para cada função, aquela função será melhor executada, trazendo qualidade superior. É a mesma analogia, por exemplo, de um laptop com placa de vídeo integrada versus um equipado com uma placa dedicada mais poderosa, como as que a NVidia costuma produzir. Naturalmente, a máquina com placa dedicada terá melhor desempenho gráfico em todos os aspectos. O problema, porém, é que alguns notebooks têm dado preferência para saídas híbridas para minimizar entradas e, consequentemente, baratear o preço final. O que pode ser um problema, caso sua máquina só tenha uma entrada, você terá que sacrificar uma função — usa o fone, mas não o microfone; ou fala ao microfone, mas ouve pelo alto-falante. Nos outros parâmetros, atende muito bem às expectativas: dono de um visual arrojado e atraente, esse fone consegue ser, de longe, o mais confortável de todos os que já testamos da empresa. Composto por um arco principal, que conecta as hastes retráteis; e outro mais elástico para ergonomia, ele não “aperta” a cabeça, ajustando-se confortavelmente no topo, sem balançar, e com almofadas que trazem o melhor isolamento acústico até aqui. O microfone é de uma qualidade inferior se comparado aos outros dois modelos da empresa, mas isso é perdoável, haja vista que não é objetivo da companhia oferecer um conjunto hi-end, mas sim algo funcional.
Mouse e mousepad
Não há como mentir: a necessidade de um mouse que une precisão e velocidade na hora da jogatina é algo essencial. Você simplesmente não vai vencer nada com um “rato” genérico em mãos. Neste quesito, o mouse gamer da X-Zone (cujo modelo parece ser um GMF-01 com resolução reduzida) atende razoavelmente bem. Em partidas de Fortnite e Counter-Strike: Global Offensive, onde o ambiente de jogo é bem caótico, o mouse se comportou bem. Segundo a caixa do kit, o mouse faz 3.200 dpi (“dots per inch” ou, no bom português, “pontos por polegada”), o que é um número bem alto. Não pudemos determinar se é esse o caso da X-Zone durante a nossa análise, mas algumas fabricantes usam sensores mais baratos que, nativamente, não chegam nessa resolução, compensando via software de emulação o que faltar, o que pode gerar um efeito conhecido como “mouse stutter”, o que afeta diretamente a precisão da mira em jogos de tiro quando o dpi está nos níveis mais altos. Quer entender a diferença? Pense no “4K simulado” versus o “4K nativo” dos televisores: olhos não treinados dificilmente vão notar a diferença, mas quem entende um pouquinho sabe exatamente quais defeitos procurar. O “nativo” sempre é melhor, mas também é sempre mais caro. Felizmente, isso não aconteceu aqui: embora eu duvide que a X-Zone esteja usando um sensor de primeira linha (isso deixaria o preço do mouse bem mais alto), podemos estimar que, nativamente, ele faça algo relativamente próximo dos 3.200 dpi prometidos, o que o coloca em um patamar que deve agradar a casuais e veteranos. Além disso, o visual do mouse agrada: ele não é agressivo e exagerado como muitos outros da categoria, preferindo uma carcaça com mais curvas longas e uniformes, e uma “pegada” mais emborrachada, que dá mais firmeza, mas sem aquelas “quinas” chatas que incomodam a palma da mão. Complemente isso com a iluminação LED de cores RGB simultâneas (ou seja, vão mudando de tom em alguns segundos) e você tem um ótima opção intermediária. No que tange ao mousepad, é um tapete comum mas com costura mais firme e um design mais bonito. Não há muitas características especiais (afinal de contas, é um mousepad).
Teclado
Chegando no teclado, estamos falando de um modelo com 10 botões macro, que controlam desde o início, pausa, retorno, avanço e reprodução de aplicações de música (e o respectivo volume), além de e-mails e a home page do seu navegador. É uma configuração básica, mas bastante prática para quem gosta de resolver as coisas “com um botão”. Visualmente, o teclado é o mais agressivo dos três: cheio de linhas, quinas e pontas, a X-Zone quis tirar proveito dessa aparência para instalar uma iluminação LED RGB fixa, que percorre toda a carcaça por baixo das teclas. Não dá para afirmar que essa tenha sido a intenção da empresa, mas em um ambiente de escuridão, você consegue até marcar a posição das teclas por “seção de cor”. Por exemplo, os cantos verdes e azuis da mão esquerda vão do “CAPS LOCK” até o “D”. Não faz a menor diferença no uso do produto, mas é interessante ver como ele permite essa percepção. No mais, o teclado é relativamente silencioso. O som não atravessa seu headset, por exemplo, nem fará com que outras pessoas ao redor sejam atrapalhadas.
Conclusão
O Kit Gamer GTC-02 da X-Zone tem características de modelos mais caros do mercado, como Razer ou os topo de linha da Logitech. Por outro lado, ele tenta manter uma simplicidade que parece dizer “estamos aqui para sermos um pouco melhores que o básico”. O preço certamente poderá ser um grande atrativo, já que a loja oficial da X-Zone lista esse kit por R$ 379,90. Embora não seja o mais caro, esse valor tá dentro da proposta da marca. Existe uma elegância no kit que o fará ser prático para quem quer uma solução abrangente sem gastar muito. O mouse e o teclado cumprem bem seus papéis.