Começa a jornada
A primeira coisa a se fazer no game é montar o seu personagem. Se você tiver paciência, pode montar a si mesmo, ou então algum personagem de sua preferência, como o Mega Man, o Sonic, o Mario e muitos outros. Feito isso, chegou a hora de escolher a sua tendência, que afeta totalmente a forma como você interage com outros personagens; dentre as opções, há Energético, Frio, Teimoso e mais alguns. Eu escolhi ser Teimoso e, em alguns momentos, meu personagem recusou ajuda dos companheiros, chegando inclusive a brigar com um deles por conta disso. O que foi extremamente hilário. Depois disso, começa uma leve introdução do mundo de Miitopia. Logo descobrimos que ali há um grande mal que rouba a face dos Miis e as coloca em monstros espalhados pelo mundo. E, em um belo dia, nosso herói anda aleatoriamente pela ilha de Miitopia até que se vê encarando uma bela borboleta, que ganha um belo par de olhos. Então, desabalado, ele começa a correr, e acaba encontrando uma pequena cidade. Uma das características de Miitopia é poder montar absolutamente todos os personagens do jogo. Da mesma maneira que a criação do nosso herói, aqui podem ser utilizados códigos baixados da internet com faces já prontas, mas esse serviço é restrito para assinantes do serviço online da Nintendo. Porém, caso queira, é possível usar uma série de rostos já pré-montados. Chegando na cidade, nosso herói conhece seus moradores e todos são prontamente atacados pelo grande Lorde das Trevas, que rouba a face de vários personagens. Uma mãe preocupada pede para você salvar o filho dela, e te entrega um antigo medalhão. Ao tentar cumprir a missão, acabamos encontrando o vilão, que conjura um monstro. Eis que o medalhão intervém, e uma voz nos permite escolher uma das classes de heróis disponíveis. Feita a escolha, assim começa a nossa grande aventura.
Um mundo de opções
Em Miitopia é possível montar seu time do jeito que o jogador decidir. Se a ideia for ter um time de cavaleiros que destroem todo mundo com espadadas, é possível; se resolver mesclar com magos, ladrões, ou algumas classes mais incomuns, como Chef de cozinha ou Planta (sim, há uma classe que se chama assim), também é possível. Particularmente, eu gostei demais de usar o Ladrão, já que ele bate em todos na tela, o que é bem útil em algumas situações. O Cientista também é muito bom, e bem divertido. Os membros da equipe podem ser montados da forma que quisermos, e suas aparências podem ser as já citadas acima, ou qualquer outra. Isso é o que menos importa, mas a escolha das classes pode ser fator determinante contra certos inimigos. Com o desenrolar da história, vamos perdendo os amigos, outros são feitos, e isso é o ideal para montar novas equipes e testar novas estratégias. Uma das novidades do jogo, se comparado com sua versão anterior, é a presença de maquiagens e perucas para personalizar nossos heróis. Isso é divertido, mas eu usei bem pouco. Porém, dentre todas as coisas, a que menos me agradou no game foi a forma como mudamos de equipamento. Não há uma lojinha para ver as opções. Os personagens de tempos em tempos pedem dinheiro para comprar uma nova peça, e ainda assim, algumas vezes, eles acabam comprando um doce, que recupera pontos de magia, ou uma banana, que recupera pontos de vida. Outra coisa que não dá para controlar são os movimentos usados em combate pelos aliados, ou seja, eles usam o que quiserem ao seu bel-prazer. Isso às vezes acaba sendo um problema, mas, no geral, eles se comportam bem e ajudam bastante durante a luta. No decorrer da jornada, nós encontramos uma criatura muito especial: um adorável cavalo. Ele não é necessariamente um personagem jogável, mas nos auxilia durante o combate, seja com ataques especiais ou nos apoiando.
Vamos todos ser amigos!
Um dos grandes baratos de Miitopia é fazer amizades. Conforme os personagens passam tempo juntos, a afinidade deles cresce, e com isso algumas ceninhas são apresentadas, no formato de pequenos esquetes. Algumas delas são extremamente hilárias, por exemplo, em uma das que eu presenciei, os personagens se dão um presentinho, os dois dançam e ficam felizes. Depois disso, um terceiro personagem aparece na janela e diz que está com ciúme. Outras cenas mostram eles fazendo exercícios etc. Conforme o nível de amizade sobe, algumas coisas são liberadas, como um personagem torcer pelo outro, ou ajudar dando uma porrada no adversário, ou ainda recuperando os pontos de mana do colega, e por aí vai. O mesmo vale para nosso cavalinho. Conforme vamos subindo de afinidade com ele, podemos montá-lo, dar golpes nos adversários e outras coisas mais. Mas nem só de coisas boas vivem os amigos. Algumas vezes eles acabam discutindo e brigando, ficando de mal entre eles. Com o tempo, a discussão passa, mas é possível adiantar o processo. Em algumas situações recebemos uns cupons de encontro, que servem para resolver esses problemas, ou então aumentar a afinidade entre os personagens. Por fim, há outro cupom a ser recebido, um de jogos, que nos permite girar uma roleta e receber um entre 4 prêmios, ou jogar Pedra, Papel e Tesoura, que serve para ganhar dinheiro. Eu tentei entender a lógica por trás dos jogos, mas quando eu achava estar começando a entender seu funcionamento, tudo mudava, então eu desisti e parei de jogar.
Ao ataque!
O combate de Miitopia é o clássico dos RPGs em turno, ou seja, quem for mais rápido age primeiro. Temos as opções de usar ataques comuns, com as armas que vamos comprando ou encontrando pelo caminho, ou então usar as habilidades especiais de cada uma das classes. Algumas delas afetam também nossos companheiros, como, por exemplo, o Chef, que em um dos seus movimentos cozinha algo apimentado, dá para seu companheiro comer e depois o faz soltar fogo pela boca. Isso aumenta um pouco o nível de conflito entre eles, o que pode ocasionar uma briga. Todos os personagens podem carregar os doces e bananas que podem ser usados para se curar durante as lutas. Dependendo do nível de amizade, eles podem “roubar” itens uns dos outros, e isso também aumenta o nível de conflito.
O mundo de Miitopia
Se tem uma coisa que Miitopia possui, e aos montes, são pousadas. No castelo do grande vilão há uma pousada; no meio do deserto, pousada. Ela serve como nossa base, e é onde controlamos a equipe, seja para ver as interações dos personagens, participar de joguinhos ou comprar itens. Há uma variedade de locais para explorar, como florestas, desertos, e outros mais. A cada cidade em que chegamos, escolhemos a face dos personagens locais e assim seguimos a jornada. O que me incomodou foi o excesso de pontos de exploração entre os locais. Geralmente, eles são rápidos de se passar, mas, ainda assim, parece que estão lá mais para enrolar do que ir direto ao ponto. No mundo há alguns personagens e monstros espalhados. Em todas as regiões temos os leitores de amiibo, que liberam roupas especiais ou então cupons para serem usados na jornada. Alguns dos monstros que aparecem no mapa possuem funções. Por exemplo, o amarelo é o do ouro, ou seja, ao derrotarmos ele, ganhamos uma boa quantidade de dinheiro. Então basta ficar de olho no mapa para tirar melhor proveito da situação.
Uma boa aventura
Miitopia é extremamente divertido, e, às vezes, levemente frustrante. Não poder comprar os itens que queremos a hora que quisermos é meio chato, e depender da boa vontade dos personagens não é legal. Os muitos pontos espalhados pelo mapa parecem querer aumentar ainda mais a duração do jogo e jogar durante muitas horas acaba se tornando maçante. Tanto que, de tempos em tempos, o game pergunta se você quer dar uma pausa. No geral, Miitopia entretém, principalmente por não se levar tão a sério. A falta de uma legenda em português pode afastar algumas pessoas, mas ainda assim, é possível se divertir com as ceninhas engraçadas. A análise de Miitopia foi feita com uma cópia cedida pela empresa.