A família J representa hoje 31% de todas vendas de smartphones na região da América Latina, com mais de 47,4 milhões de unidades. Já no Brasil, 47% dos aparelhos vendidos no primeiro semestre de 2018 foram da linha J, segundo um levantamento da GFK.

Design

Para deixar o Galaxy J6 com jeitão de modelo premium, a Samsung escolheu o modelo para ser o primeiro da família J à ganhar o design de “Display Infinito”. O aparelho traz uma tela de 5,6 polegadas super AMOLED de resolução HD+ de (1480 x 720 pixels) e proporção 18,5:9. Com isso, o smartphone ganha requintes de um aparelho premium. A Samsung acertou em cheio nessa frente do aparelho, deixando-a quase toda a frente só para tela e jogando o leitor de impressão digital para traseira, abaixo do sensor da câmera principal. A empresa poderia ter dado uma atenção maior para a parte de trás, já que deixou o modelo com a traseira não removível e o acabamento das laterais todos de plástico fosco. Mas entendemos que o problema aqui é o custo de se melhorar isso. A pegada dele não é boa, mesmo para quem tem mãos grandes. E ao final de um dia pesado de uso, o material da carcaça traseira adere muita oleosidade, marca de dedos e alguns arranhões.

Performance

Com apenas 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento interno e um processador próprio de oito núcleos antigo, o Exynos 7870 de 1,6 GHz, não podemos esperar que ele “voe sem turbulências”. O desempenho e o armazenamento são bem limitados. Mas pelo menos não esqueceram da expansão por microSD e ainda oferecerem um armazenamento gratuito de 15 GB no Samsung Cloud. A bandeja do Galaxy J6 não é a do formato híbrido, o que é muito bom, para que você possa utilizar 2 SIM cards e ainda o microSD expansível ao mesmo tempo. O desempenho com muitos apps abertos ao mesmo tempo sempre foi um problema para um aparelho que não conta com um processador poderoso e com pouca memória RAM. A conta nunca fecha se ambos não entregam um conjunto poderoso, não espere poder abrir tudo e zapear de um para o outro sem que os pequenos lags apareçam. Tudo bem manter o conector de fone P2, mesmo que o fone de ouvido que o acompanha não seja um dos melhores, mas manter uma resolução de tela exclusivamente HD+ e uma porta micro-USB sem opção de recarregamento rápido, é de fato um tiro no pé para essa renovação da linha J. A caixa de som tem saída de áudio potente, mas sua localização na lateral é outro problema grave. Nos testes, sempre me vi tampando o som com a mão quando assistia algo na telona em modo horizontal. Para o usuário acostumado aos modelos iniciais, a adaptação ao Samsung J6 será bem tranquila e irá talvez até surpreender. Mas, se você fez um downgrade do modelo intermediário ou premium, já deixo avisado que não estamos lidando com um aparelho que arrebenta. Deixei pra falar sobre a bateria de 3.000 mAh mais abaixo neste review e também falarei de um outro ponto bastante interessante que é o suporte à TV digital em alta definição, voltado para a versão brasileira do gadget.

Tela

Estamos em 2018, Samsung! Telas com resolução Full HD dentro dos próprios aparelhos da companhia surgiram lá em 2013. Já que é para aproveitar a nova proporção de 18,5:9, que ela viesse pelo menos com 1920 x 1080 pixels. Sabemos que até mesmo modelos mais caros, como o novíssimo iPhone XR, não contam com resolução Full HD, mas o Samsung J6 poderia trazer essa opção de oferecer a escolha da qualidade de imagem para o usuário (quando ele não tiver uma conexão rápida ou simplesmente queira mais tempo de tela ligada). Tirando a resolução, a nitidez e o contraste das cores são muito bons. Na maioria das vezes que utilizamos o aparelho, ele sempre estava como modo “Filtro de luz azul” ativado como padrão, para que a intensidade de luz da super tela AMOLED não forçasse os olhos em ambientes escuros. Mesmo ao ar livre este modo estava sempre ligado.

Câmeras

O conjunto de câmeras do modelo é bem simples, com 13 MP e abertura f/1.9 na câmera principal e uma câmera secundária de 8 MP e mesma abertura de f/1.9. Apesar de ter bons resultados em pouca luz e no dia a dia, o sensor do Galaxy J6 é inferior à outros modelos da família J. Nas fotos com muita luz, em ambientes abertos, o resultado é aceitável, mas poderia entregar melhor desempenho. Já nas fotos em modo selfie desfocado e selfie normal, em ambos os casos, encontramos falhas em contornos e nível de detalhes inferior à muitos aparelhos mais antigos. Muitas das fotos ficaram com ruídos ou cenas estouradas, com muita luz.

Veja a galeria com uma série de fotos tiradas com o Galaxy J6:

Sistema e extras

O Android 8.0 chega com sistema bem agradável em junção ao Samsung Experience 9.0. A usabilidade e desempenho em vários aplicativos sempre foi um ponto agradável no uso diário do aparelho. Na parte de segurança, o aparelho se mostrou bem rápido na leitura das digitais e no reconhecimento facial. Mesmo em ambientes escuros e usando óculos de grau, o aparelho reconheceu a maioria das vezes o rosto do editor. Ponto mais do que positivo para estas funções no Samsung J6. O desempenho dentro do Instagram foi um problema grave no dia a dia do aparelho. Qualquer vídeo ou imagem publicada no modo stories, que incluisse algum “GIF”, fazia o aplicativo travar e era preciso desinstalá-lo do aparelho e reinstalá-lo novamente para que voltasse a funcionar. Com o Dual Messenger, você consegue conectar duas contas diferentes ao seu aplicativo de mensagens favorito: Messenger, WhatsApp e outros. Testamos o sistema com duas contas do WhatsApp e não encontramos problema em nenhum momento. O assistente de voz Bixby sempre está presente nos modelos principais da Samsung e o J6 é o primeiro produto da série J à receber o assistente. Para quem sempre foi acostumado com outras opções, como o assistente Google, por exemplo, saiba que não precisa nem ligar o ajudante de voz da gigante sul-coreana. A empresa poderia inclusive rever a aplicação dele em alguns aparelhos, oferecendo a opção de removê-lo do smartphone. A TV Digital teve captura de sinais muito rápida e sem travamentos, tanto em ambientes abertos quanto fechados. Dando mais uma opção aos tédios das esperas ou no trânsito das grandes cidades, como no Rio de Janeiro.

Bateria

A bateria de 3000 mAh é um pontos positivos do aparelho. Já que o desempenho é mediano, a bateria tem fôlego de sobra para durar até umas 12 horas, mesmo em uso extremo ao longo do dia. Se seu dia começar às 7 horas da manhã, apenas às 19h você irá precisar de um powerbank ou uma tomada por perto. Mesmo passando muito tempo no YouTube ou jogando games não muito pesados o desempenho é bem satisfatório para um modelo de entrada.

Especificações Técnicas Galaxy J6

Conclusão

Se você quer dar a entender que seu aparelho tem uma super tela infinita e acompanha o design de modelos mais caros, o Samsung J6 é de fato um aparelho a se pensar. Mas se você busca performance de alto desempenho para jogos e muitos aplicativos abertos juntos, fuja rápido da escolha, mesmo que você o encontre na versão de 32 GB com preço atual na faixa dos R$ 900. O hardware não acompanhou a renovação externa feita no J6. O mercado pede sempre o melhor desempenho e ótima experiência, mesmo em modelos mais baratos. Não atoa, a Samsung já percebeu esse movimento e deve trazer um novo modelo ainda esse ano. O J6+ ou J6 Prime, não sabemos ainda com qual nome ele virá pro Brasil. Mas já sabemos que ele terá bateria melhor de 3.300 mAh, duas câmeras traseiras, 3 GB de RAM e tela ainda maior de 6 polegadas.

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