Com tela touch e espessura similar aos smartphones, o Galaxy Book S é uma poderosa máquina lançada há poucos dias aqui no Brasil, com a proposta de ser um notebook fino confiável e fácil de ser transportado. Ele chega em duas opções de cor, rosa metálico “Earthy Gold” e cinza “Mercury Gray”, com 512 e 256 GB de armazenamento, respectivamente. Pude testar este segundo modelo nos últimos dias e te conto como foi a performance do produto aqui neste review.

Design e destaques

O Galaxy Book S traz a potência de um processador Intel Core i5-L16G7, 8 GB de RAM (LPDDR4x) e o armazenamento SSD de 256 GB. Sua tela touch de 13,3 polegadas LED é de resolução Full HD e traz brilho adaptável sob luz solar. O notebook é tão fino que não há espaço para portas USB-A (ou qualquer outra, para falar a verdade) exceto por uma dupla USB-C e uma entrada para fones de ouvido (P2). A fabricante felizmente envia um adaptador para USB-A, para salvar quem faz questão. Ele tem só 11,8 milímetros de espessura e pesa 0,96 kg, dispensando ventoinhas e saídas de ar graças ao sistema de resfriamento passivo. Isso contribui para deixá-lo ainda mais fino. Seu touchpad é largo e há um teclado no padrão nacional (ç e acentos) com retroiluminação. Como o Galaxy Book S chegou para review poucos dias antes do evento de anúncio oficial, foi desapontador abri-lo e notar a ausência de um espaço para cartão SIM junto da bandeja do cartão de memória – diferente da versão lançada no exterior, que conta com opção Wi-Fi e uma LTE. Por ser bastante leve, as dobradiças firmes são responsáveis por ajudar na robustez do produto como peça única enquanto fechado. Isso também implica que o Galaxy Book S não se sai muito bem quando você tenta abrir com uma mão só, como outros notebooks recentes. De qualquer maneira, o produto passa uma sensação de leveza, confiança e resistência.

Imagem e áudio

O notebook tem uma tela LED de resolução Full HD (1920 x 1080) e 13,3 polegadas. Ela tem brilho adaptável sob luz do sol, graças aos sensores de iluminação embutidos no aparelho, e cores agradáveis. Mesmo sem o ganho de nits em ambiente externo, admito que o Book S traz um display com ótimo brilho e contraste modesto. Aqui destaco também a minúscula câmera de 720p e o microfone. Conforme esperado, funcionam bem para videochamadas. É inevitável pensar nas possibilidades de uso caso o Galaxy Book S fosse 2-em-1 (conversível) por ter tela touch. De fato, é um luxo que não deve ser ignorado, porém, a expansão de possibilidades com um produto fino desses, somado ao potencial de uso como tablet, seria a cereja do bolo. Ao que tudo indica, a Samsung prefere separar o Book S do Book Flex, conversível que ainda nem deu as caras no Brasil. A visibilidade da tela é um ponto notável. Os ângulos de visão são melhores que eu imaginava, considerando o fato de ele não ter tecnologia IPS. Quem trabalha com edição de imagens (meu caso) sentirá falta da vivacidade de cores, mas em uso para trabalho e entretenimento a tela está ótima. ‘ Em termos de áudio, o Book tem dupla de alto-falantes com selo AKG, como a linha de fones atual da Samsung (Buds Live é um exemplo), e o “som imersivo” de tecnologia Dolby Atmos para perfis pré-configurados e a abertura para personalização. O volume é bom e mesmo no talo não notei distorções. Com séries e filmes, há clareza nos diálogos. As músicas têm níveis graves e médios ótimos, sendo ideal àqueles que gostam de pop e rock. Os speakers até me fizeram lembrar da alta qualidade do Tab S6, mesmo sendo ainda um pouco inferiores.

Bateria

Um dos pilares dos notebooks é a bateria. A relação entre duração e performance geralmente vira um peso para quem está indeciso com uma nova compra. Com capacidade de 42Wh, a bateria do Galaxy Book S tem uma duração superestimada. Mesmo no modo “Melhor bateria” (o segundo mais econômico, dentre os quatro perfis), o computador durou muito menos que o divulgado pela fabricante. Tentando tirar uma média com o tempo de uso do computador para atividades comuns, como um dia de trabalho para redação de textos e navegação na internet (100% via Google Chrome), a bateria aguentou 9 horas. Isso é bem abaixo das 17 horas divulgadas no site da Samsung, que calcula essa estimativa em ambiente controlado e sem conexões sem fio, apenas em reprodução de vídeo. Carregando na manhã de terça-feira, usei o Galaxy Book S desplugado do carregador até o fim da tarde (5 horas) e peguei-o no dia seguinte, com quase 30% restante. Pelas minhas contas, ele devorou 1% a cada 30 minutos em standby, com zero aplicativos abertos (em primeiro plano, pelo menos). Vale citar que todos os usos foram em ambiente interno, com brilho da tela variando em porcentagens baixas. Como contraste, em reprodução de vídeos com brilho da tela um pouco acima dos 60% e áudio no volume máximo, ele aguentou uma média de 7 horas seguidas. Já que ele pode ser recarregado com um adaptador/cabo de smartphones atuais, o Galaxy Book S ganha um ponto positivo em sua portabilidade. Ambos os USB-C servem para transferência de arquivos e também reconhecem quando o carregador é conectado. Com um carregador Super Fast Charging da linha intermediária de smartphones da Samsung, ele conseguiu 5% a cada 10 minutos enquanto eu assistia a uma série na Netflix. Por ser idêntico ao adaptador que acompanha o Book, a média com o carregador incluso foi a mesma.

Performance na rotina e em games

O Book S levou uma média de 30 segundos para dar o boot (ligar) e mais 8-10 segundos após o login para tornar-se utilizável. Entre abrir e iniciar o launcher da Epic Games Store ele foi consistente e demorou pouco mais de um minuto. Se pegar no meio do dia, enquanto ele está em modo suspenso, você tem 10 segundos entre abrir, logar e ter total controle dos programas. Aqui também acho válido comentar a sensação de navegação e controles como um todo. O teclado é bastante leve e com travel (profundidade de registro) baixíssimo. O largo touchpad se estende da barra de espaço até o Alt Gr, com 11 centímetros de largura. Em tardes de trabalho, a dupla performou bem, com feedback tátil agradável o suficiente.
Assim como em outros designs de teclados de notebooks que testei, a escolha de integrar o botão de energia no mesmo espaço de teclas “comuns” pode ocasionar acidentes infelizes nas primeiras horas de uso. Pelo menos, a largura reduzida e o material diferente auxiliam a diferenciá-la só pelo tato. A leitura de impressão digital com o botão On/Off foi eficaz 95% das vezes, o que particularmente é uma ótima margem em desbloqueios de tela. Uma decepção do produto foi a iluminação imperceptível do teclado. O Book permite ajuste de brilho em níveis diferentes, mas ela liga-se única e exclusivamente em ambiente escuro – quando a máquina reconhecer que “está escuro o suficiente” graças aos sensores (na foto acima). Em lâmpadas LED com dimmer em 60%, me encontrei no impasse de achar mais confortável se a luz das teclas estivesse ligada, porém, a Samsung priva o usuário disso. Um último comentário sobre o teclado diz respeito a um hábito que demonstra a falta de atenção de certas fabricantes (algo que nunca será exclusivo da Samsung, muito menos deste notebook em específico): a adaptação de um aparelho para o padrão em português. A redistribuição de teclas para caber o “ç” ainda me surpreende em layouts de notebooks, o que resulta em atalhos absurdos, como o ponto de interrogação ser o comando “Alt Gr+W“. O Caps Lock ser bem maior que o Shift esquerdo também é algo um pouco incômodo. Ainda bem que isso é compensado pelo conforto das teclas. O notebook tem processador Intel Core i5-L16G7 com arquitetura ligeiramente diferenciada. Ao invés de números pares com nomes que soam muito melhor – como quad ou octa-core – o Book S tem processador com 5 núcleos à 1.39 GHz, sendo um “CPU híbrido”. Na prática, isso resulta em otimização de eficiência no consumo de energia, capacidade de gráficos integrados aperfeiçoada e melhor uso da memória. Mesmo sem performar muito bem com a bateria, o Galaxy Book S funcionou bem em multitarefas. Com feed de redes sociais, YouTube e três abas para trabalho, os 8 GB de RAM seguraram o tranco com poucos engasgos ou a necessidade de recarregar a página. De fato, ele esquenta muito na base (com o resfriamento passivo já citado), então utilizá-lo sobre a mesa é sem dúvidas a melhor opção. Para testes de performance da CPU utilizei o tradicional Cinebench, do software de modelagem tridimensional Cinema 4D. Não era de se esperar um desempenho ótimo, já que o Galaxy Book S não é voltado a atender o usuário mais exigente. Fiquei surpreso ao ver que ele conseguiu pelo menos completar os testes de benchmark: são 1006 pontos (multi núcleo) e 464 pontos (um único núcleo). Com estes resultados, ele se enquadrou em último lugar da lista, tendo a metade dos pontos de um i7-4850HQ de 4 núcleos e 8 threads. Na prática, um bom resultado single core diz, geralmente, o quão ágil um computador será ao rodar/abrir programas, por exemplo. O multi core serve para tarefas mais árduas, como exportação de um vídeo ou renderização de uma imagem – como no caso do Cinema 4D. Por isso, quem trabalha com programas de design e arquitetura opta por um processador dessa escala. Foi inevitável ver como o Galaxy Book S se comportou em games mesmo sem placa de vídeo dedicada. Fiz capturas de tela após a captura no OBS (software de gravação/streaming) enquanto o Fraps rodava ao fundo para registrar os quadros por segundo – indicados em amarelo no canto superior direito da galeria abaixo. Confira: Jogos casuais como Celeste e Ape Out rodam em um padrão normal para processadores básicos, com placa integrada. No loading temos oscilações de frames por segundo, mas na jogatina o Galaxy Book S foi consistente em manter 60 e 30 fps respectivamente. Partindo para um game mais exigente como Rocket League, há variação de framerate que incomoda ao ponto de você ter imprecisão ao controlar o veículo mesmo em todas as configurações de gráfico no nível mais baixo. Por fim, o jogo de plataforma “2.5D” Inside foi o único que foi quase impossível de jogar, engasgando e travando completamente também na captura do OBS – e nem é tão exigente assim.

Custo-benefício e conclusão

O Galaxy Book S é um notebook direcionado ao comprador que quer uma peça de luxo que não pese na hora de transportar. Ele cabe tranquilamente em uma case/pasta ou mochila e você nem percebe. Não por isso ele é menos resistente, pois em nenhum momento ao longo dos testes ele passa essa impressão. De fato, há sacrifícios de desempenho para diminuir sua espessura, mas ele tenta ao máximo preencher as lacunas de produtividade em equilíbrio à praticidade. O Galaxy Book S começa a ser vendido aqui no Brasil pelo preço sugerido de R$ 7.199,00 no Shoptime e outras lojas do varejo na edição Mercury Gray (cinza), e na edição Earthy Gold (rosa metálico) por R$ 7.499,00. O conceito ultrafino denuncia a proposta e o público ao que o Book é destinado. Ele mais se aproxima do comprador de um Macbook Air do que daquele perfil intermediário que quer extrair a melhor das relações custo-benefício. O Book S tem um acabamento simples, poucas entradas e traz tecnologias de ponta. Ele visa exclusivamente uso casual, de quem pode passar a maior parte do tempo na rua e precisa de um dispositivo confiável. É um perfil diferenciado. Logo, temos um custo um pouco acima do padrão para notebooks com as especificações dele. Não podemos negar que, pelo valor do Book, é possível adquirir portáteis gamers que servem para quem quer rodar programas mais exigentes e para quem se importa com opções de armazenamento (a famosa dupla HD e SSD), bem como uma placa de vídeo dedicada e um processador com mais núcleos. Porém, provavelmente este notebook em questão também terá o dobro de peso e de espessura do Galaxy. Então, se você busca por um produto com excelente design, o luxo da tela touch e utilizará um notebook em trabalho remoto (onde quer que seja), o Book S é para você. E aí, o que achou do Galaxy Book S? Conte para a gente nos comentários abaixo!

Especificações técnicas do Galaxy Book S

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