O mercado gamer no Brasil continua crescendo e as grandes empresas, como Asus, Acer, Samsung, Avell e Dell estão trazendo o que há de melhor lá fora para os gamers brasileiros. Os preços continuam bem elevados e nem sempre o hardware é o mais recente. Especificamente no caso do Alienware 15 R3, ele roda hoje a sétima geração dos processadores Intel, enquanto lá fora já estão com a oitava geração.
O design do 15 R3 é um dos mais bonitos e cleans dos disponíveis no mercado. Mesmo tendo um corpo bem “grosso”, o notebook traz bonitas linhas na traseira da tela e um dissipador de calor na traseira e na parte de baixo do teclado e touchpad, que fazem bonito para tentar manter o notebook não muito quente na hora dos games mais pesados. O acabamento emborrachado deixa a desejar para quem tem problemas com marcas de digitais e grandes marcas deixadas pelo contato com a pele. Normalmente essas marcas aparecem abaixo do teclado, onde os pulsos mantém o contato com o notebook. Depois de mais de 3 semanas dos testes, confesso que precisei fazer uma limpeza para devolver o modelo como ele chegou para review.
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A iluminação é parte do design do Alienware 15 R3. Os LEDs estão literalmente por todos os lados do notebook, inclusive abaixo do teclado e do touchpad. Todas as faixas podem ser iluminadas com 20 opções de cores pré-definidas e 13 áreas programáveis em todo o aparelho. As cores podem ser fixas, em modo piscante ou em modo de transição (um meio termo entre duas ou mais cores).
O teclado Alienware TactX possui n-key rollover. Cada tecla é ativada individualmente, possibilitando mais de 108 comandos para o máximo de ações por minuto em um notebook com teclas de 2,2 mm. Nos testes, ficamos impressionados com a qualidade positiva do teclado, mas encontramos também algumas teclas que mostraram travamento, como por exemplo o “F” e o “P”. Esperamos que seja algo isolado que veio no sample de testes da empresa. O modelo conta também com a tecnologia de rastreamento dos olhos chamada de Tobii. Um software que trabalha em conjunto com o hardware para verificar a presença do usuário em frente a tela do notebook. Com isso, o sistema consegue economizar energia. Ele pode desligar as luzes LEDs e o sensor do touchpad, por exemplo, aumentando a autonomia e só usando a bateria quando necessário. Veja o vídeo abaixo explicando esta novidade: https://www.youtube.com/watch?v=ocOWKIbmRtY Tanto nos games como também na hora do entretenimento, com filmes rodando on-demmand ou pelo Globo Play, o notebook esquentou bastante. Ficou bastante difícil usar o Alienware 15 R3 diretamente encostado sobre as pernas sentado na cabeceira da cama ou no sofá. Em alguns dias bem quentes no Rio, era até mesmo difícil usar o aparelho somente para navegação, se o mesmo não estivesse em um ambiente refrigerado ou bastante ventilado.
Com desempenho mediano, os jogos normalmente demoram bastante para abrir e alguns até travaram quando haviam muitos personagens e jogadores on-line presentes no mesmo mapa. Perdi as contas de quantas vezes tive que reiniciar o notebook no meio de uma partida de PUBG (antes que alguém venha dizer que o game é muito bugado, o problema pode ter ocorrido por causa do calor excessivo do hardware no geral). A falta de um SSD é a principal mancada da Dell para deixar o modelo com mais fãs e compradores pelo Brasil afora. Claro que dá para incluir um SSD a parte do HD de 1 TB que vem com ele, mas convenhamos que pagar R$ 9,6 mil já deveria trazer incluso pelo menos um SSD pequeno de 100 ou 120 GB. Como praticamente cada modelo do Alienware 15 R3 tem uma placa de vídeo diferente, os resultados abaixo foram feitos com o modelo com placa de vídeo GTX 1060, rodados em Full HD 1080p a 120 Hz:
PUBG – rodou na configuração personalizada com um resultado de média estabilidade nos 70 à 80 fps. Nos testes, sempre online e somente conectado pelo Wi-Fi, ocorreram alguns travamentos com a Steam e o Discord abertos ao mesmo tempo. Algumas vezes o travamento só era resolvido com o desligamento forçado da máquina. Os 8 GB de RAM sofreram para manter apenas estes 3 programas rodando ao mesmo tempo enquanto o jogo consumia 45% do processador e 97% da placa de vídeo; CS GO — não tivemos problemas em rodar o game no máximo, cravando os altos 120 fps nas partidas online; Battlefield 1 — rodou liso, mesmo nas configurações em ultra ou alta nas fases da campanha, com média entre os 80 e 90 fps. Já nas partidas online também pelo Wi-Fi, o fps teve uma queda brusca para uma média dos 60 a 75 fps;
A qualidade do som tanto na caixas próprias do notebook como no headset utilizado da HyperX foram sempre de qualidade superior ou satisfatória, mas senti falta de um subwoofer para deixar tudo bem melhor. Ao usar o headset no Discord, algumas vezes era preciso remover o plug do microfone e reconectá-lo. A autonomia da bateria não chegou nem as 2h30 nos testes pesados com muita jogatina. Somente com navegação com muitas abas abertas e alguns vídeos no YouTube rodando ela chegou a no máximo à 5 horas longe da tomada.
Processador: Intel Core quad-core i7-7700HQ a 2,5 GHz (a 3,8 GHz); Armazenamento: HD de 1 TB (7.200 RPM); Conectividade: Killer Wireless 1535 WiFi 802.11ac, Bluetooth 4.1 (2×2); Conexões: 2 x USB 3.0, 1 x USB 3.0 tipo C, 1 x Porta RJ-45 Gigabit Ethernet, 1 x Saída mini-DisplayPort 1.2, 1 x Saída HDMI 2.0, 1 x ThunderBolt 3 (USB Type-C com suporte para USB SuperSpeed de 10 Gbps, Thunderbolt de 40 Gbps e DisplayPort), 1 x conexão para o Amplificador Gráfico Alienware, 1 x tomada de alimentação/entrada CC, 1 x saída de áudio e 1 x entrada de áudio; Dimensões: 305 x 389 x 25 mm; Memória RAM: 8 GB DDR4 2.400 MHz; Peso: 3,49 Kg; Placa de vídeo: GTX 1060 6 GB DDR5; Sistema: Windows 10 Home Single Language (64-bits) Teclado: ABNT, com 3 zonas de retroiluminação (20 cores); Tela: Full HD LCD retroiluminada de 15,6 polegadas com antirreflexo; Bateria: 4 células (68 WHr); Webcam: Full HD com Windows Hello e detector de presença; Preço: R$ 9,6 mil.
A versão do teste custa R$ 9.600, mas a empresa oferece outras versões: a versão de entrada, sai por R$ 8.081 com a placa gráfica GTX 1050TI, a versão com a placa gráfica GTX 1070 8GB GDDR5 sai por R$ 11.977 e a topo de linha com GTX 1070 8GB GDDR5 + 256 SSD está custando R$ 13.297.
O grande barato desse notebook é que ele traz alguns softwares proprietários da própria Alienware que podem incrementar muito a jogabilidade. Além das diversas configurações de cores, você pode pré-configurar teclas ou “macrokeys” para que ao clicar nela, ela realize diversas tarefas ao mesmo tempo. Por exemplo, ao abrir o PUBG eu clico nessa única tecla e ao mesmo tempo ela abre o Discord, o Fraps e a minha página de stream na Twitch. O Killer Control Center é outro bem interessante, com ele aberto você consegue analisar a velocidade da sua conexão Wi-Fi e ainda limitar a banda para cada programa aberto. Digamos que você queira continuar o fazendo upload daquele vídeo, ao mesmo tempo que joga on-line. Você abre a opção do Chrome e limita que ele use apenas 5 megas dos 45 que você tem em toda a sua rede, por exemplo.
Ao todo são: Killer Control Center, AlienFX, AlienFusion, AlienAdrenaline com acelerador Alienware TactX e os sensores Tobii EyeX Lite e Windows Hello Overwolf.
Alienware 15 R3 pode fazer upgrade gráfico
Já não bastasse tudo isso, o Alienware 15 R3 pode ganhar um upgrade na placa gráfica com o Amplificador Gráfico Alienware. Do tamanho de um no-break, pesando em média uns 3,8 Kg, ele conta uma fonte de alimentação interna de 460W e conecta-se ao notebook com um único cabo para a conexão da placa gráfica PCI-Express x16. Ele aceita modelos da Nvidia e da Radeon, e traz ainda 4 portas USB 3.0 com que podem aceitar conexões de pelo menos mais três monitores extras plugados ao amplificador. O Amplificador Gráfico Alienware custa sozinho, sem a placa de vídeo… R$ 1.240. No site da própria Dell diz que ele é compatível com os modelos Alienware 13 R1/R2, 15 R1/R2 e 17 R2/R3 e desktops Alienware X51 R3 e Alpha R2. Veja a foto do amplificador abaixo: https://www.instagram.com/p/2BvsGxMNNh Há modelos mais poderosos e com preços mais em conta no mercado brasileiro. Mas se você prefere ter uma “Ferrari” com motor “V8” e não encontra problema na sua conta bancária, vai fundo e escolha as versões mais parrudas para poder te atender por mais tempo e suportar a nova onda de games ainda mais pesados. A Dell sabe o que faz. Ao trazer a marca Alienware para o Brasil, em 2016, a empresa apostou alto lá atrás e sabia que os gamers daqui precisavam de algo bem potente. A fatia do mercado gamer de alto luxo com certeza tem muitos hardwares da empresa, mas poderia ter mais se não fossem as configurações enxutas sem SSDs inclusos nas versões de entrada. Claro que a culpa não é somente da empresa, não se esqueça do custo “Brasil” para todos os hardwares e componentes importados que montam a máquina por completo. Mas já que o mercado tá aquecido com ajuda do eSports, acho que a Alienware consegue ficar ainda maior por aqui.