Causada principalmente pela bactéria Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, mas também se originando de outras bactérias do mesmo grupo, o principal sintoma é inflamação em membros inferiores, impedindo a locomoção do doente. Entenda todos os detalhes sobre esta doença e como é feito o tratamento a seguir:
O problema de Jair Bolsonaro
Quem acompanha notícias de política já percebeu que, após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais ter sido divulgado, o atual presidente Jair Bolsonaro se afastou da mídia e de seus compromissos públicos “de uma hora para a outra”. Tivemos notícias mais recentes sobre este afastamento no dia 16 de novembro de 2022, quando Hamilton Mourão confirmou abertamente que Bolsonaro foi diagnosticado com erispela, uma infecção que o impede não apenas de vestir calça, mas também deixa a locomoção no dia a dia mais difícil. Na cerimônia para receber as cartas credenciais de embaixadores estrangeiros, Mourão, que representava o líder de estado na ocasião, confirmou que Jair estava usando apenas bermuda e não poderia se locomover por conta da infecção — o impossibilitando de comparecer em eventos públicos. No dia 04 de dezembro de 2022, uma atualização sobre o caso de Bolsonaro foi divulgada por seu filho, Carlos Bolsonaro, via Telegram. Ele confirmou que o pai ainda estava em tratamento contra a erispela e que apesar da gravidade da doença, tudo estava ocorrendo “muito bem”. O Palácio do Planalto não respondeu à procura da imprensa sobre o caso.
Como uma pessoa pega erispela?
De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a erispela é uma infecção que chega ao organismo humano por meio de uma “porta de entrada”, que pode ser:
Úlcera venosa crônica; Infecção causada por fungos; Picada de insetos; Ferimento cutâneo; Manipulação inadequada das unhas; Frieira entre os dedos dos pés; Micose não tratada.
É sempre necessário que haja uma forma da bactéria que causa a erispela entrar em contato com a pele e qualquer pessoa está sujeita a isso, já que os microorganismos estão no meio ambiente e não necessariamente exigem contato de uma pessoa ou animal infectado para serem transmitidos. A erispela afeta principalmente os membros inferiores, mas há casos registrados de pessoas que tiveram infecções nas mãos e até mesmo no rosto. Vale a pena ficar atento sobre qualquer alteração em seu corpo para que o tratamento comece no mesmo momento de diagnóstico.
Sintomas
Além de uma grande inflamação na perna que pode ficar bastante aparente, a fase inicial da esrispela pode causar mal-estar geral, fadiga, febre e calafrios. Quando passa para o segundo estágio, em que as inflamações começam a aparecer, os membros inferiores podem apresentar dor, inchaço e vermelhidão e aumento da temperatura do local. Há registros de pessoas diagnosticadas com erispela que já apresentaram fadiga, vômitos, náusea, fraqueza e dor de cabeça. Podemos dizer que esta é uma doença bastante grave: no caso de não ser tratada, a erispela pode causar a formação de bolhas, escurecimento da pele e até mesmo uma infecção generalizada no corpo, causando a morte do diagnosticado. A doença é geralmente vista em pessoas de terceira idade, mas homens e mulheres com casos de varizes e dificuldade de circulação têm um risco maior, o mesmo valendo quem já teve ou tem insuficiência renal, ou cardíaca. Pessoas obesas e com baixa imunidade também estão mais suscetíveis à erispela.
Tratamento de erispela
Por ser uma doença bastante conhecida pela medicina, o tratamento é feito com o uso de antibióticos, repouso e elevação do membro elevado para que a infecção seja tratada gradualmente. Casos mais graves podem exigir que os médicos intervenham por meio de cirurgia para a remoção de pus e drenamento de áreas necróticas. O tratamento vai variar bastante de acordo com o perfil de resistência do grupo bacteriano que causou a doença, mas o Ministério da Saúde não descarta que o local seja enfaixado enquanto o problema é tratado. Outras formas de se curar de erispela é evitar ficar parado por muito tempo e fazer o uso de meias elásticas que estimulam a circulação e combatem o inchaço. Além de todos os cuidados, é importante que a área inflamada seja regularmente limpa para evitar a proliferação das bactérias e ter uma boa alimentação e manutenção do peso também ajuda. Especialistas lembram que a recuperação total pode acontecer caso todas as recomendações sejam tomadas, mas é muito importante tratar a “porta de entrada” para uma nova infecção não aconteça.
Como se prevenir?
Devido a ser uma doença causada por uma “porta de entrada”, a Sociedade Brasileira de Dermatologia indica que a limpeza de qualquer área afetada (principalmente de membros inferiores) para que a bactéria não entre em contato com o corpo humano. Pessoas com Diabetes também precisam ter o dobro de cuidado, pois a cicatrização lenta pode causar necrose e amputação do membro afetado.
Traumas, picadas de insetos, infecções conhecidas como pé de atletas e qualquer outra doença de pele devem ser tratadas no primeiro momento e as regiões afetadas devem ser limpas em várias partes do dia. Outra forma de evitar a erisipela é ter atitudes que reduzam a insuficiência linfática e venosa.
Existe a possibilidade da doença voltar ao corpo depois de um tempo e nestes casos, é feita a aplicação de penicilina benzatina intramuscular a cada 21 dias. Ao perceber qualquer alteração em seu corpo, procure um médico para que o tratamento comece o mais cedo possível. O SUS dispõe de exames de diagnósticos e remédios gratuitos para todos os brasileiros diagnosticados com erispela.
Conhece alguém que teve esta doença? Como foi o tratamento desta pessoa? Diga para gente nos comentários!
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Com informações: SBD l Drauzio Varella l Biblioteca Virtual em Saúde