Definição da doença
A Síndrome de Burnout, conhecida também como a Síndrome do Esgotamento Profissional, é uma doença mental que está diretamente ligada ao desempenho profissional das pessoas. Ela está geralmente vinculada a quadros de profissionais que sofrem todos os dias com níveis de pressão e responsabilidade além de seus próprios limites, algo que os brasileiros estão, inclusive, normalizando. De acordo com o Ministério da Saúde, alguns exemplos de profissionais passíveis a essa condição são médicos, enfermeiros, policiais, jornalistas, professores e muitos outros. Entretanto, sabemos que a pressão profissional não se limita a estes cargos, uma vez que, por exemplo, um vendedor cobrado frequentemente sobre a meta estabelecida, pode sofrer as consequências dessa doença ocupacional tanto quanto os outros citados. O nome “burnout” é composto por duas palavras americanas: “burn” que significa “queimar” e “out” que significa “exterior”. Traduzir ambos literalmente não traz um significado muito sólido, pois a palavra serve mais como um termo que diga o quanto a pessoa está sendo deteriorada, o quanto ela está sendo “queimada” ou consumida pelo estresse relacionado às questões do seu trabalho.
Sintomas característicos
Por ser uma doença diretamente ligada ao trabalho, muitas vezes seus sintomas podem ser confundidos com alguns efeitos justamente causados pela própria rotina, como o cansaço físico e mental, causados por atividades laborais. A diferença é que estes se apresentam de maneiras leves e com o passar do tempo vão se tornando mais intensos. Caso você sinta um ou mais sintomas dos relacionados abaixo, procure ajuda de um profissional especializado a fim de confirmar se realmente trata-se de uma possível Síndrome de Burnout:
Alteração dos batimentos cardíacos;Alterações de humor;Alterações no apetite: sentir mais ou menos fome;Aumento da pressão arterial;Desânimo;Dificuldades para se concentrar;Dor de cabeça frequente;Dores musculares;Exaustão extrema, física e mental;Fadiga;Insônia;Isolamento;Pensamentos negativos constantes;Problemas no sistema gastrointestinal (estômago e intestino);Sentimentos de derrota e incompetência;Sentimentos de fracasso e insegurança.
Possíveis causas
Alguns fatores podem ser considerados os principais desencadeadores da Síndrome de Burnout. Entre eles podemos citar a tensão emocional e o estresse crônico, ambos gerados no ambiente de trabalho, causados por condições emocionais, psicológicas e físicas, que se tornam desgastantes. Por ser uma patologia relacionada ao trabalho, as causas estão exclusivamente voltadas para esse âmbito.
Como evitar
Por se tratar de uma doença diagnosticada e causada no trabalho, ninguém melhor do que você mesmo para identificar os possíveis indícios da doença e prevenir que ela seja instaurada. Claro, nem todas as condições de trabalho são iguais, mas pensando de uma forma geral, há algumas dicas que podem te ajudar a não precisar enfrentar, de fato, a Síndrome de Burnout.
Realizar atividades que te proporcionam prazer, como passeio entre amigos, reuniões familiares ou execução de hobbies como natação, caminhada no parque, cinema etc;Estabelecer pequenas metas pessoais e tentar alcançá-las. Lembrando de ser algo justo e realmente próximo da sua realidade, pois se for algo mais complexo, pode, na verdade, trazer o efeito contrário;Tentar manter o pensamento positivo e se afastar de pessoas que costumam ser negativas em atitudes ou falas;Falar sobre seus sentimentos também é muito importante. Desabafar com amigos pode ser uma boa ideia, mas o indicado são sessões de terapia com um profissional especializado;Evitar álcool e drogas, pois essas substâncias costumam ser potencializadoras dos efeitos negativos relacionados à doença;Quebrar a rotina também ajuda. Ir num restaurante para experimentar um novo cardápio ou conhecer um novo estado podem se mostrar atividades que desacoplam você do cotidiano;Fazer atividades todos os dias, no mínimo 30 minutos diários. Manter-se em movimento traz mais saúde física, mental e emocional;Ofereça descanso ao corpo e à mente. Durma em torno de oito horas, tempo que costuma ser necessário para iniciar o próximo dia em melhores condições;Não faça automedicação. Se acha que precisa de intervenção medicinal para melhorar algum ponto da sua vida ou condição de saúde, busque sempre um profissional da área.
Algumas técnicas de relaxamento, que diminuem o estresse, também são aliadas nessa luta. Atividades como meditação e relacionadas podem oferecer mais paz interior e às vezes até autoconhecimento suficiente para lidar com as adversidades do trabalho — e até fora dele.
Tratamento da Síndrome de Burnout
Apesar de não existir uma cura propriamente dita, por ser uma doença mais relacionada a fatores psicológicos e emocionais com consequências físicas, há tratamento eficaz contra a Síndrome. Neste caso, deve haver um acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra. O ideal é que o paciente faça psicoterapia para identificar a origem da doença e, dessa maneira, encontrar maneiras de combatê-la. Nos casos em que o paciente encontra-se imerso na doença, pode ser sugerida a utilização de remédios antidepressivos ou ansiolíticos, oferecendo bem-estar intervencional. As dicas que sugerimos para combater a Síndrome de Burnout também podem ser atreladas ao tratamento da doença, principalmente a realização de atividades físicas recorrentes e a quebra da rotina. Se o tratamento não for seguido conforme orientado pelo profissional de saúde, é bem possível que os sintomas reapareçam rapidamente. Entre os mais evidentes, podemos destacar a falta de motivação constante e também um aumento nos distúrbios gastrointestinais, gerados pela ansiedade.
Eu tenho Burnout?
Depois de ler tudo isso, se identificou e acha que possivelmente está com a Síndrome de Burnout? Levando em consideração o mercado de trabalho atual, em todas as áreas de atuação, é compreensível que você se sinta assim. Mas para ter certeza, qualquer diagnóstico da doença só pode ser feito por um profissional especializado no assunto. No caso, apenas um psiquiatra ou psicólogo podem ser os responsáveis por dizer se você está ou não sofrendo da patologia. Muitas pessoas podem, eventualmente, negligenciar as gravidades da doença, sem saber que elas escalonam de forma a trazer ao paciente outras doenças mais graves. Como o Burnout é passível de tratamento, então o ideal é cortar o mal pela raiz, sem oferecer nenhuma chance de chegar a níveis como crises de ansiedade ou quadros depressivos. O SUS, Sistema Único de Saúde e o RAPS, Rede de Atenção Psicossocial, ambos programas relacionados à saúde pública, estão aptos a atender pacientes que precisam dessa atenção. A disponibilidade fica a critério de cada localidade; busque o posto de saúde mais próximo de você!
Doença ocupacional reconhecida
A partir de primeiro de janeiro deste ano, a Síndrome de Burnout passou a ser reconhecida como doença ocupacional pela OMS (Organização Mundial da Saúde), inclusive tendo uma própria CID (Clasificação Internacional de Doenças). Dessa maneira, a Síndrome de Burnout agora também é considerada uma doença laboral como qualquer outra relacionada ao trabalho. Atualmente a Síndrome de Burnout é reconhecida pelo código CID-QD85. Em termos práticos, o trabalhador que sofre de Síndrome de Burnout possui direito a licença médica de até 15 dias de afastamento sem prejuízos relacionados à remuneração. Caso o quadro do paciente atinja mais do que os 15 dias estipulados, ele também tem direito aos benefícios do INSS, conforme a legislação atual. Apesar da Síndrome de Burnout ter sido tratada de forma abstrata e subjetiva durante os anos, com a alta frequência com que ela vem sido apresentada nas empresas, consultórios clínicos e até mesmo em situações judiciais, ela pode ser vista de maneira mais específica, sendo uma doença diretamente ligada às situações do trabalho do paciente. Por mais que apresentemos maneiras de evitar que você seja acometido pela doença, isso não deve ser preocupação exclusiva das vítimas: os empregadores também são completamente responsáveis no trabalho contra a Síndrome de Burnout. Oferecer condições de trabalho decentes, bem como preservar um ambiente de trabalho saudável, são alguns dos benefícios mútuos entre empregado e empregador. A realização de exames laborais periódicos também são ferramentas que podem oferecer maiores chances de identificação da doença. Por mais que a doença fale bastante sobre o ambiente de trabalho, os sintomas da doença são causados por vias humanas, ou seja, online ou offline, é possível que os trabalhadores sejam acometidos pela patologia. Então todo cuidado é pouco no momento de evitar a Síndrome de Burnout.
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