Até o momento o novo coronavírus infectou mais de 126 mil pessoas em mais de 100 países desde o surgimento da doença em meados de dezembro de 2019. Estima-se que ao menos 4.600 pessoas morreram no mundo. Porém, a gripe já causou grandes danos ao mundo, como exemplo, a gripe espanhola, pandemia que matou entre 50 a 100 milhões de pessoas assim que a primeira Guerra Mundial terminou entre os anos 1918 a 1920. Nos Estados Unidos, a gripe já causou cerca de 34 milhões de doenças, 350 internações em hospitais e aproximadamente 20 mil mortes nos últimos anos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Mas não há necessidade de preocupação com a gripe, pois os cientistas já estudam essa doença há décadas e a sociedade possui todos os elementos necessários para combater essa infecção que aparece em toda temporada de inverno. Contudo, sabe-se muito pouco sobre o novo coronavírus, denominado de COVID-19, mesmo com toda mobilidade global em desmembrar todas as incógnitas ainda há um grande trabalho a ser feito pelos cientistas. Com base nas informações disponíveis, veja as semelhanças e diferenças entre o coronavírus e a gripe.
Sintomas são comuns entre as doenças
Tanto os vírus da gripe (influenza A e B) e o coronavírus (COVID-19) são infecções que causam doenças respiratórias no paciente, por esse motivo há essa dificuldade em identificar se o infectado está portando o COVID-19. Os sintomas comuns de uma gripe incluem tosse, dor de garganta, dores musculares, dores de cabeça, febre, coriza ou nariz entupido, fadiga, e em menores casos, há vômitos e diarreia, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) No coronavírus COVID-19 os sintomas aparecem após o quinto dia de infecção e são parecidos com a gripe, sendo eles: febre, tosse, dificuldade para respirar, e também há casos de sintomas como espirro e coriza. Após uma semana, a doença começa a causar dificuldade em respirar sendo necessária a internação. O coronavírus pode ser facilmente confundido com uma simples gripe comum, fato confirmado pelos sintomas mais comuns nos portadores da doença, sendo que 83% a 98% sentem febre, 76% a 82% desenvolvem tosse seca, e 11% a 44% dos pacientes têm sintomas como fadiga e/ou dores musculares, de acordo com um estudo disponibilizado pela portal JAMA. Caso a pessoa esteja com dois ou mais sintomas desses apresentados acima, sendo febre um deles e ter ao menos uma doença respiratória, como tosse ou dificuldade pra respirar, recomenda-se cuidado. Além disso, a pessoa precisa ter viajado para algum país que tenha o vírus circulando, como exemplo, a Itália ou China, ou teve contato com alguém que tenha viajado para um desses locais infectados. Se você estiver nesse quadro com os dois critérios, sintomas e ter viajado para regiões afetadas ou ter tido contato com pessoas que viajaram para lá, é recomendado por especialistas e autoridades brasileiras que a pessoa deve ir ao hospital ou unidade de saúde pública que faça o exame de diagnóstico do coronavírus. É essencial que o afetado atente-se a esses detalhes, visto que 90% dos casos do novo coronavírus apresentam sintomas leves igual uma gripe comum, de acordo com o Ministério da Saúde.
Índice de letalidade varia conforme faixa etária e outros fatores
É estimado que a nível de letalidade do novo coronavírus seja de aproximadamente 2,3%, isso significa que a cada 100 pessoas infectadas pelo vírus, 2,3 pessoas morrem. Essa taxa é bem superior se comparado ao nível de letalidade da gripe comum, estimada em 0,1%. Porém, o nível de mortalidade é bem diferente ao analisar os grupos de faixa etária, sendo o grupo de 80 anos ou mais com maior índice de letalidade com cerca de 14,8%, nas idades de 70 a 79 anos o índica de de mortalidade é de 8%; nas idades de 60 a 69 anos é de 3,6%; 1,3% para 50 a 59 anos; 0,4% para o grupo de faixa etária de 40 a 49 anos e somente 0,2% para pessoas de 10 a 39 anos. Até o presente momento não houve registro de morte envolvendo crianças de 0 a 9 anos. Por que há tanta preocupação em escala global se o vírus tem uma taxa baixa de mortalidade? Isso é devido a falta de informações que a sociedade ainda tem sobre o vírus, não há informações como o coronavírus se comporta, se haverá mutações genéticas em seu RNA ou se terá outros sintomas com maior letalidade. Além disso, há outro problema que é o contágio assintomático, quando o infectado não apresenta sintomas, mas pode infectar outras pessoas, isso seria outro motivo para justificar a preocupação das autoridades mundiais. Há também a preocupação desse vírus chegar nas regiões mais pobres do mundo, onde o sistema de saúde pública não teria condições para lidar com alto volume de infectados ao mesmo tempo. Por isso, é essencial que a pandemia seja controlada com informativos, quarentenas, suspensão de aulas e eventos públicos e privados, além de cuidados básicos de higiene pessoal.
Índice de transmissão é superior à gripe
Para definir a facilidade que um vírus se transmite entre humanos e/ou animais, é utilizado uma medida denominada R0 – R nought (também conhecida como número de reprodução), caso queria saber mais sobre essa medida, clique aqui. De acordo com o Live Science, a gripe tem um valor de R0 de cerca de 1,3, porém, ainda não há um valor exato de R0 para o novo coronavírus e os cientistas estimaram que seja um valor entre 2 a 3, de acordo com um estudo publicado pelo JAMA. Com esse número significa dizer que cada pessoa infectada transmitirá o coronavírus para 2 a 3 pessoas. Vale ressaltar que esse índice não é um padrão no mundo todo, logo esse número varia de acordo com o local, em como o país se comporta com os tratamentos, medidas emergenciais, quarentenas, informativos, decretos fechando estabelecimentos e eventos, além de um favor principal que é a higiene pessoal.
Prevenção pode evitar a disseminação do vírus
Ainda não existe uma vacina para proteção contra o COVID-19, ao contrário da gripe, mas de acordo com os cientistas dos EUA a vacina está em estágio de desenvolvimento e é previsto que seja criado um ensaio clínico de fase 1 para uma potencial vacina para o coronavírus nos próximos meses. Há uma grande mobilização mundial em desenvolver protótipos de vacina e já estão testando em animais.
Hábitos básicos de higiene é a melhor prevenção, vejamos:
Lavar as mãos com frequência com sabão e o uso de álcool em gel é considerado o método mais eficaz;Evitar contato da mão nas mucosas do corpo, ou seja, na boca, nariz e no olhos;O vírus se propaga também via aérea pela tosse, espirro, então usar máscaras cirúrgicas podem ser eficazes (lembrando que o uso só é eficaz para evitar a propagação de quem já tem o vírus)Usar um lenço de papel descartáveis no momento em que tossir ou espirrar e jogar fora imediatamente;Cuidar da saúde para manter o sistema imunológico forte, ou seja, se alimentar bem, manter-se hidratado, fazer exercícios físicos, dormir bem, tentar reduzir o estresse e tomar vitaminas se necessário.E importante ressaltar, se você estiver gripado evite contato com as demais pessoas, principalmente os idosos, pelo fato da possibilidade do indivíduo se infectar com o coronavírus e com o vírus da gripe o que irá causar um sobrecarregamento no sistema imunológico do infectado.
Ministério da Saúde lança aplicativo para disseminar a boa informação
Com o objetivo de facilitar a distribuição de informações sobre o coronavírus, o Ministério da Saúde desenvolveu um aplicativo disponível para iOS e Android, o app tem finalidade de ensinar dicas de prevenção, descrição dos sintomas, formas de transmissão, mapa de unidades de saúde e uma lista de notícias falsas (fake news) que foram espalhadas sobre o assunto.
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Caso você se depare com algum informativo não oficial em suas redes sociais não compartilhe imediatamente, pois pode ser uma fake news. Para combater esse problema foi disponibilizado um número de WhatsApp do Ministério da Saúde com o objetivo de verificar se a notícia é verdadeira ou falsa. Funciona dessa forma: a pessoa poderá enviar mensagens com imagens ou vídeos com o conteúdo sobre o coronavírus no número (61) 99289-4640 e será apurado pelas áreas técnicas de saúde. Fonte: BBC Brasil, Live Science