Afinal, o movimento tem como objetivo celebrar o amor, a diversidade e igualdade, independente da identidade de gênero e orientações sexuais. Longe de ser utópico, os esforços promoveram algumas conquistas simbólicas, incluindo representatividade na cultura pop como um todo. Suas histórias não estão mais à margem e cada vez mais assumem posições de protagonismo. Dito tudo isso, aproveitamos e selecionamos alguns títulos que abordam a questão LGBTQ+ e que valem a pena ser conferidos na Netflix.

5 séries LGBTQ+ na Netflix que falam de amor e igualdade

Queer Eye

Queer Eye é um fenômeno que chegou à Netflix com uma injeção de novidade, mesmo que seja um velho conhecido. Queer Eye da Netflix nada mais é que uma nova embalagem para aquilo que, em outro tempo, já havia se mostrado uma fórmula de sucesso, afinal, é um reboot da série com mesmo nome, mesmo formato, que já havia conquistado seu público cativo ali no final dos anos 90 e começo dos anos 2000 para o canal da Bravo, da TV à cabo americana. Como toda boa novidade, há também novos protagonistas. O novo Fab Five é composto por Antoni Porowski, especialista em comida e vinho; Tan France, especialista em moda; Karamo Brown, especialista em cultura; Bobby Berk, especialista em design; e Jonathan Van Ness, especialista em cuidados pessoais. O objetivo desta equipe? Promover uma repaginação completa e, de quebra, uma boa injeção de auto-confiança e uma pitada de empatia. O grande trunfo do programa é exatamente estabelecer um diálogo com o público, promovendo debates não somente sobre toda a comunidade LGBTQ+ e seus principais desafios, mas de como estes desafios promovem uma noção tanto individual quanto coletiva de aceitação e conquistas. É um convite para permitir-se sair da bolha e para aqueles que se sentirem contemplados, verem a si mesmos representados como protagonistas de um pequeno e significativo fenômeno. Queer Eye é uma produção original Netflix e está disponível na plataforma em quatro temporadas.

Grace e Frankie

Grace and Frankie também pega carona no cerne de Queer Eye e é uma das poucas séries LGBTQ+ que trata com muita consciência alguns tabus desconfortáveis demais para serem discutidos em voz alta: a velhice, o etarismo, a misoginia, a homofobia e a chance para se repaginar, se redescobrir e se reinventar em um momento da vida que o senso comum nos diz que não há nada mais o que fazer além de se esperar pelo fim de tudo. É neste momento da vida em que tanto Grace quanto Frankie precisam encarar a ruptura de tudo aquilo que elas conheciam até então. Os maridos de ambas anunciam que estão apaixonados e, dado à esse amor e à urgência de serem felizes, contam às esposas e ficam juntos. O que nasce daí não é somente um estranho companheirismo entre duas mulheres tão opostas, mas também uma melhor compreensão do entendimento do próximo. Há muita humanidade e carinho em todos os passos dessa dupla, que são protagonistas de suas próprias histórias e expectadoras da trajetória de felicidade de seus antigos companheiros. Como nada é perfeito, há muitas dúvidas, claro, mas, quando se percebe, chegamos ao final de uma temporada e existe ânsia e urgência em acompanhar essa caminhada nas temporadas que seguem. Grace e Frankie é uma série original da Netflix e está disponível na plataforma com 5 temporadas.

RuPaul’s Drag Race

Se Queer Eye é um fenômeno recente, RuPaul’s Drag Race é uma daquelas séries LGBTQ+ responsáveis por uma verdadeira revolução cultural que, não somente trouxe o debate sobre a arte drag para a televisão, mas também tornou suas participantes em celebridades e digital influencers, colecionando milhões de inscritos e turnês lotadas ao longo do globo. Tamanho é o impacto do cenário drag na cultura pop atual que, para se ter uma ideia, em um intervalo de semanas, antigas participantes do reality show estrelaram os clipes da Taylor Swift e Madonna. Queens como Alyssa Edwards, Kim Chi e Aquaria tornaram-se garotas propaganda de marcas de cosméticos, tendo, inclusive, desenvolvido produtos em parceria com marcas como Anastasia Beverly Hills, NYX e Sugar Pill. Tão efetivo é o programa que hoje RuPaul é, sem dúvida, um dos apresentadores mais influentes da televisão, levando para casa dois Emmys como o grande expoente desta categoria, concorrendo em pé de igualdade com tantos outros nomes expressivos. RuPaul’s Drag Race possui onze temporadas e dois spin-offs disponíveis na Netflix.

Please Like Me

No melhor estilo romance de formação, ou melhor, série de formação, acompanhamos Josh Thomas, que em uma jornada dupla de criador-criatura, vive um garoto de 21 anos que se descobre gay logo após sua namorada terminar o relacionamento de longa data – muito por conta da opção sexual que ele parecia não querer aceitar. E no meio dessas descobertas e situações cotidianas ao lado dos seus melhores amigos (incluindo a ex), ele também precisa lidar com a depressão de sua mãe e o relacionamento divertido e complicado com seu pai, que já está em outro casamento. Please Like Me tem uma temporada disponível na Netflix.

Crônicas de São Francisco

Fazendo uso do mito bíblico e recurso narrativo conhecido como filho pródigo, acompanhamos a trajetória de Mary Ann Singleton em seu retorno para casa, em São Francisco, conhecida como um dos lugares mais seguros para a comunidade LGBTQ+ nos Estados Unidos. O que parece uma novidade nada mais é do que um velho conhecido, em uma trajetória de mais de 40 anos. Isso porque, inicialmente, Crônicas de São Francisco é uma série de livros, mais exatamente nove, que tenta mapear todos os acontecimentos referentes à comunidade em seu período de publicação: 1978-2014, o que significa um retrato lúcido e fiel sobre o medo da epidemia da Aids/HIV no final da década de 80. A adaptação de uma das séries LGBTQ+ mais icônicas para à televisão só aconteceu na década de 90, e a série da Netflix tenta dar conta da trajetória dos personagens 23 anos após os acontecimentos do original. O que temos é uma Mary Ann que precisa encarar as mudanças deste ambiente depois de vinte anos longe de seus amigos, bem como conhecer os novos personagens que representam as evoluções de perspectiva sobre esta comunidade. Crônicas de São Francisco é um original Netflix e está disponível na plataforma com 1 temporada.  

5 filmes fictícios e documentais imperdíveis

Carol

Carol tem a noção de que grandes narrativas e amores revolucionários muitas vezes nascem e morrem nos sussurros suspirados, nos encontros furtivos e nas paixões platônicas. Therese Belivet tem um emprego entediante em uma loja de departamentos. Um dia, ela conhece Carol, uma elegante e misteriosa cliente. Rapidamente, as duas mulheres desenvolvem um vínculo amoroso que terá consequências sérias. O filme não promete mais do que pode entregar, e se há um verdadeiro trunfo em toda a experiência fica exatamente pelo fato de que tudo aquilo que testemunhamos em tela é tão universal e tão próximo que podemos torná-lo nosso. E guardá-lo no bolso, onde ficam todos os corações partidos. Carol está disponível na Netflix.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Este representante nacional entende que grandes amores não apenas necessitam de um sentimento genuíno, mas também de todas as sensações que os fazem, nada mais, nada menos, que únicos. É isso que arrebata a vida de Leonardo, um estudante cego do ensino médio lutando pela sua independência e que vê, em um conversa com sua amiga e confidente, a urgência do primeiro beijo. O amor se materaliza na forma de Gabriel, o desejado e gentil novo aluno, que logo conquista a afeição de todos, especialmente a sua. A partir daí, a jornada de Leo e sua busca por autonomia colide com a necessidade do afeto que parece possível junto ao seu amigo, que também está mergulhado em suas próprias dúvidas. O longa é um cálido passeio sobre as emoções confusas da adolescência e um abraço afetuoso a todos os públicos, que se sente acolhido em meio a tanto afeto e também é afetado por ele. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho está disponível na Netflix.

Querido Ex

Querido Ex, longe de ser apenas mais um filme de temática LGBTQ+, também é um grande drama que fala sobre as questões do luto, do amor verdadeiro e do afeto que falta em uma família disfuncional. A sensível história entre uma mulher, seu filho adolescente e o amante do marido falecido é, na maioria das vezes, comovente e que entende que muito se faz com pouco. O que observamos em tela é o estreitamento de indivíduos assolados pelo luto de um ente querido, mas também no entendimento daquilo que lhe é diferente. Acompanhamos a jornada de Liu Sanlian e seu filho, que precisam encarar de cabeça erguida o desapontamento ao descobrirem que o marido e pai, em algum momento, optara por deixar todo o seu legado a seu então amante, Jay. As coisas complicam-se quando o menino então, decide viver com o seu então inimigo e algoz, estabelecendo um enfrentamento direto entre mãe e amante, viúva e viúvo. Querido Ex é uma produção Original Netflix e está disponível na plataforma.

A Morte e a Vida de Martha P. Johnson

Este documentário tenta dar conta de construir o imaginário de um dos nomes mais emblemáticos do Stonewall. Sim, as séries de manifestações que marcaram a história e deram origem ao Mês do Orgulho LGBTQ tem sua vida e também sua morte dissecada em busca de respostas a perguntas obscuras, misteriosas e permeadas de preconceito. As perguntas sem respostas somadas a uma nova onda de ódio a toda a comunidade trans são combustível suficiente para dar vigor a uma nova empreitada para Victoria Cruz, que tenta solucionar o antigo quebra-cabeça que foi e continua sendo a misteriosa morte de sua amiga. A Vida e Morte de Marsha P.Johnson é um documentário original Netflix e está disponível na plataforma.

Paris is Burning

Antes de Queer Eye e RuPaul, houve Paris is Burning. Este documentário é um dos retratos mais emblemáticos da cultura LGBTQ+ e também um verdadeiro glossário de toda a cultura drag e club kid que nasceu nos clubes nova iorquinos. Foi também aqui que nasceu o Vogue, sim, o Vogue da Madonna que era, antes de tudo, uma forma de celebração e expressão de uma comunidade. A ideia de coletividade, família e apoio que é tão comum e presente no universo LGBTQ+ é devidamente contemplado neste documentário breve, mas certeiro sobre a expressão que nasce, ganha vida, afirmação e esplendor à noite. Não há muito o que dizer sobre esse documentário sem parecer explicativo, mas é necessário deixar explícito a necessidade de que, para toda uma boa lista sobre o tema, ele é figurinha cativa. Paris is Burning está disponível na Netflix. Gostou da nossa lista? Aproveite também para conferir o especial do Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+ que preparamos! Deixe nos comentários se você já conferiu algum destes títulos.

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