O relatório publicado pela empresa inglesa revelou que, durante o segundo trimestre de 2019, 358 milhões de smartphones foram vendidos, uma queda de 1,7% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidos 374 milhões de unidades. Mas, apesar da queda, Samsung e Huawei juntas pegaram cerca de 36% nas vendas do período. Enquanto isso as duas se distanciam, Apple, em terceiro lugar, continua perdendo espaço para a concorrência e a Xiaomi, em quarta, se aproxima.
As estratégias da Samsung e da Huawei
Toda a polêmica sobre a inclusão da Huawei na lista negra que fez com que empresas americanas cortassem suas relações e o fornecimento de equipamentos para a companhia chinesa, acabou afetando negativamente suas vendas no segundo trimestre de 2019. Porém, após essas restrições terem sido aliviadas em agosto, a Huawei vem conseguindo se recuperar aos poucos. Sua marca forte e presença na China, além de promoções interessantes e posicionamento da marca, fizeram com que a Huawei vendesse 31% a mais de smartphones na região quando comparado com o primeiro trimestre do ano. No caso da Samsung, a empresa sul-coreana conseguiu vender 75 milhões de smartphones em todo o mundo no segundo trimestre de 2019. Isso significa que 20,4% dos smartphones vendidos são dela, um aumento sutil porém considerável em relação ao ano passado, onde sua participação foi de 19.3% nesse mesmo período. Segundo a Gartner a aposta certeira da Samsung foi ter focado na série Galaxy A nesse período e lançado mais aparelhos intermediários e de entrada. Isso porque as vendas do topo de linha Galaxy S10 caíram nesse período.
Xiaomi continua expansão global e Apple perde espaço
Outro fator importante é que uma das suas maiores competidoras no mercado, a Apple, também vem experimentando uma queda nas vendas. Esse ano sua parte no mercado de smartphones vendidos foi de 10,5%, um pouco menos do que no ano passado, que foi de 11,9%. Só na China, a Apple teve uma queda de 14% em suas vendas com 5,7 milhões de aparelhos comercializados, enquanto a Huawei cresceu 31% com o número de 37.3 milhões. Isso se deve tanto ao patriotismo chinês em valorizar o que vem do país quanto ao fato de que a Huawei está apresentando cada vez mais aparelhos com tecnologias avançadas. A empresa chinesa viu sua porção no mercado chegar a 15,8% esse ano, um aumento considerável, uma vez que no ano passado possuía uma parcela de 13,3% em todo o mundo. Xiaomi também viu crescimento em suas vendas, chegando com uma porção de 9% em comparação aos 8,8% do ano passado. Um crescimento sutil, mas ainda assim mostrando avanço em suas vendas. E em quinto lugar está a Oppo com uma porção de 7,6% do total de smartphones vendidos no segundo trimestre de 2019. Em comparação com o primeiro trimestre, a empresa não teve nem aumento nem queda.
China e Brasil em crescimento
Apesar das vendas de smartphones estarem caindo vagarosamente em todo o mundo, na China e no Brasil as coisas não são bem assim. A China conseguiu vender 101 milhões de aparelhos no segundo trimestre de 2019, com um aumento de 0,5% em relação ao trimestre anterior, e isso teve muito a ver com a chegada de modelos de smartphones com conexão 5G de uma variedade de marcas diferentes. Já o Brasil chegou a 10,8 milhões de vendas, sendo o único país além da China a mostrar um crescimento nesse mercado, com cerca de 1,3% a mais a cada ano. A India também entra na lista de países que mais venderam smartphones nesse período, com 35,7 milhões de aparelhos vendidos e 9,7% do total. Entretanto, o país enfrenta uma queda em relação ao ano anterior de 2.3%. Isso pode ser devido ao fato de que os indianos são consumidores que trocam seus celulares por smartphones com menos frequência do que em outros países. A Gartnet ainda afirma que o que se espera é que as vendas de smartphones continuem fracas pelo resto do ano, e que o previsto é que no total em 2019 sejam vendidos cerca de 1,5 bilhão de aparelhos. Segundo a empresa, a demanda para aparelhos top de linha tem diminuído consideravelmente. Segundo Anshul Gupta, diretor sênior de pesquisas da empresa, as companhias têm trazido cada vez mais tecnologias e recursos premium para aparelhos intermediários e com preços mais em conta, como câmeras com mais de uma lente na parte da frente e de trás dos aparelho, telas com menos bordas e baterias maiores. Fonte: Gartner