Nos experimentos, os cientistas do laboratório de “interfaces fluidas” (Fluid Interfaces) afirmam que conseguiram inserir palavras na mente dos voluntários, que depois sonharam com os temas sugeridos. Na prática, esse sistema permite às pessoas escolherem com o que vão sonhar.
Sistema para hackear sonhos
O sistema chama-se Dormio e consiste numa espécie de luva que funciona junto a um robô e um aplicativo. Este aplicativo serve para os voluntários gravarem comandos de voz, por exemplo: “lembre-se de pensar numa árvore”. Já a função da luva é recolher os dados do sono do voluntário. Mas para entender o que essa luva faz, é preciso entender um pouco sobre como nosso sono funciona. É assim: antes de cairmos no sono profundo, nosso corpo entra num estágio semiconsciente chamado hypnagogia. Resumidamente falando, é nele que os sonhos começam. E é focado nele que a luva funciona. No experimento do MIT, o voluntário veste a luva e tenta dormir. Quando a luva registra os sinais típicos que mostram que a pessoa entrou na hypnagogia, aí entra o robô. Funcionando por meio do aplicativo, ele começa a tocar sons em volume baixo, com sugestões (como, por exemplo, a palavra “árvore”). De acordo com os pesquisadores, quando as pessoas acordavam elas se lembravam de terem sonhado com coisas similares (ou relacionadas) às sugestões tocadas pelo robô. Note que esse sistema desenvolvido pelos pesquisadores do MIT permite sugerir com o que sonhar, mas não as ações ou desfecho do sonho. É como se o sistema conseguisse influenciar o tema do enredo, mas não seu desenrolar. Essa parte fica por conta da mente do voluntário.
Por dentro do experimento
Agora que você sabe o básico sobre o sistema para hackear sonhos, vamos mergulhar mais fundo e ver os detalhes desse projeto experimental do MIT. Vamos começar pelo grupo de pesquisadores que conduzem o projeto. A “missão” deles é desenvolver sistemas e interfaces vestíveis (wearables, como smartwatches e fones de ouvido Bluetooth) para aprimorar capacidades cognitivas. Nesse experimento de hackear sonhos, no caso, eles usaram uma técnica chamada “incubação de sonho direcionada” (TDI, na sigla em inglês). O grupo aplica essa técnica quando os voluntários entram na hypnagogia. Lembra que a luva registra os sinais deste estágio do sono? O acessório faz isso por meio do monitoramento da frequência cardíaca, mudanças na carga estática da pele e movimentos dos dedos do voluntário. Depois que a pessoa entra na hypnagogia, começa um ciclo coordenado pelo Dormio. Primeiro, ele reproduz os áudios com sugestões de temas e elementos. Depois, emite comandos para acordar o voluntário. A pessoa desperta, registra no app o que consegue se lembrar que estava sonhando e volta a (tentar) dormir. O exemplo da árvore realmente rolou no experimento. Segundo os cientistas, 67% dos sonhos relatados pelos voluntários tinham incorporado o “conceito” da árvore de alguma forma. E essas formas foram bem inusitadas. Um participante do experimento relatou que estava andando sobre as raízes com alguém e as raízes os levavam para lugares distintos. Outro relatou que sonhou com uma árvore nostálgica, que ficava no quintal de trás da casa onde morava quando criança. Essa mesma pessoa também relatou ter sonhado que estava sentado debaixo de uma árvore com um xamã, que falou para ela ir para a América do Sul. Pois é. Ainda não se sabe quais são as aplicações práticas e específicas para esse sistema, mas o líder do projeto está convicto sobre o potencial do seu uso para as áreas de aprendizado e criatividade. Fonte: Live Science O que você achou desse sistema do MIT para hackear sonhos? Dê uma olhada também nessa luva gamer, que pode ser o próximo passo para fundir humanos com máquinas!