Utilizando a flexibilização do trabalho, esse teste possui como base o interesse dos funcionários em escolher suas folgas, bem como sua disponibilidade para prestar serviços enquanto precisam conciliá-los com demais necessidades pessoais.
A nova tendência de trabalho
A tendência no meio corporativo basicamente consiste em dar liberdade ao trabalhador para que escolha quais serão seus momentos de folga. Dessa maneira, as folgas poderiam ser remanejadas do sábado e domingo, como é tradicionalmente, e passar por outras configurações, conforme seja do interesse dos funcionários em aproveitá-las. Segundo as informações do artigo publicado pela Wired UK, uma pesquisa foi feita com 6 mil funcionários da Arup, empresa multinacional de serviços de consultoria e planejamentos com sede em Londres, do qual foram questionados sobre suas preferências na disposição das horas do expediente em qualquer dia da semana – incluindo os domingos. A companhia em questão adotava até então quatro dias de trabalho fixo, o que claramente é um caso à parte. Grande parcela das empresas atualmente adotam o modelo de cinco dias de expediente, mas o surgimento dessa pesquisa levanta um interesse que poderá ser levado para o resto do mundo a longo prazo. Os locais escolhidos para aplicação do teste foram as instalações em Queensland, em 2018, e em Liverpool, em 2019. Neste último, como resultado, 82% dos empregados escolheram por vontade própria flexibilizar suas horas fixas para atender outras necessidades. Dentre as opções, trabalhar no fim de semana pelo menos uma vez em três meses também estava incluso. Surpreendentemente, o feedback foi satisfatório para a empresa. Nove em cada dez trabalhadores disseram que sua produtividade melhorou e, ainda de acordo com o veículo inglês, eles conseguiram encontrar um ponto de conveniência mais vantajoso entre a vida pessoal e profissional. A Wired UK noticiou que, para organizar esse sistema, a Arup utiliza ferramentas básicas, como o Shifts, disponível no Microsoft Teams, usado para agendas. Existem diversas outras opções disponíveis online para adesão.
O impacto da jornada flexível
Os executivos também foram incluídos no teste. Jerome Frost, presidente da Arup UK, Índia e EMEA (isto é, Europa, Oriente Médio e África), relatou que tira as tardes de folga para descanso, enquanto Andy Pennington, líder do escritório em Liverpool, disse que usou os fins de semana para finalizar projetos. Esses são dois de alguns exemplos que marcaram a pesquisa dentro da Arup, mas ela não foi a única a testar esse novo método de trabalho. A agência BrightCarbon, constituída de 87 funcionários, embora já adotasse o trabalho regular no fim de semana, também ofereceu há tempos a flexibilização da jornada com descanso. Já na Stakester, startup de jogos, a política ocorre com algumas exceções, relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias em projetos especiais. De qualquer forma, essa nova tendência de trabalho com descanso flexível tem grandes chances de se espalhar ao redor do mundo, principalmente nas adaptações do pós-pandemia, que forçou a transformação do trabalho. Existe uma linha tênue entre trabalho excessivo e flexibilização, que deve ser respeitada e orientada a partir dos interesses em comum entre empresa e funcionário. Revisando e beneficiando os dois lados, trabalhar sete dias por semana deixa de passar uma imagem monstruosa e se torna mais acessível para ambos.
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Enquanto alguns integrantes de empresas conseguem orquestrar seu sistema de trabalho, outros perecem com ele. Um estudo corporativo revelou que, a exemplo, mais de 50% dos executivos pretendem trocar de emprego no próximo ano. Fonte: Wired UK | DepositPhotos