Segundo afirma a própria empresa em comunicado, o Magazine Luiza, com estes números, efetivamente torna-se a maior rede varejista do Brasil. Neste mesmo período, relata a rede de lojas, os canais digitais do Magazine Luiza (isto é: site, superapp, marketplace, Netshoes, Zattini, Época Cosméticos e Estante Virtual) tiveram crescimento de 182%: “O cenário de pandemia, com suas enormes transformações, mostrou que o Magalu era a empresa mais preparada para enfrentar a crise e sair dela fortalecida”, disse Frederico Trajano, CEO da companhia. “Tínhamos o modelo de negócios ideal e a melhor equipe”. O Magazine Luiza foi uma das empresas mais elogiadas pelo público e especialistas na forma como lidou com a pandemia da COVID-19: antes mesmo do novo coronavírus (SARS-CoV-2) ser declarado uma pandemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a rede já havia ordenado o fechamento de todos os seus pontos de venda e lojas físicas, antecipando-se aos decretos estatais e municipais brasileiros. Com a medida, o prejuízo foi de R$ 62,5 milhões, mas os resultados tornaram a aparecer uma vez que as medidas de restrição foram relaxadas e algumas lojas puderam ser reabertas. Durante todo esse período, a empresa não realizou demissões e manteve salários e benefícios. No período analisado, o Magazine Luiza também gerou bons dividendos em caixa, com o operacional registrando R$ 2,2 bilhões — o maior já registrado pela companhia em um único trimestre, segundo a própria em comunicado. O caixa líquido total atingiu, em junho, R$ 5,8 bilhões. “Cash is king. Nossa capacidade de gerar caixa garante a sustentabilidade do crescimento acelerado do Magalu”, afirma Trajano. Quebrando em pilares específicos, os artigos esportivos e de moda (Netshoes) também foram destacados. A empresa ressaltou o sucesso de vendas do setor em um momento conturbado, onde academias foram fechadas e muitos dos frequentadores do meio fitness acabaram apostando na aquisição de produtos para treinos em casa. Fenômeno semelhante ocorreu com a categoria de beleza e cuidados pessoais com a Época Cosméticos crescendo 167% e superando um milhão de clientes ativos. A expansão da oferta de produtos — próprios e de terceiros — e as mudanças nos hábitos de consumo fizeram com que a empresa investisse mais em logística, criando formas de entrega mais velozes e diretas ao cliente — muito disso em caráter promocional, com custos baixos ou ausentes dependendo da localidade (o famoso “frete grátis” para certas ofertas). Com as lojas parcialmente fechadas, o Magalu acelerou sua estratégia de ship-from-store — 700 das mais de 1.100 lojas físicas foram convertidas em dark stores e entregaram diretamente para o cliente.
Magazine Luiza agora deve ampliar o digital
Uma das informações ausentes do relatório — evidentemente por ela ter sido finalizada neste mês de agosto — foi a expansão da estratégia digital do Magazine Luiza, que adquiriu as empresas Unilogic e InLoco Media: a primeira atua na produção de conteúdo tecnológico de cunho noticioso, ao passo que a segunda era, até então, uma divisão de negócios em publicidade online da Inloco Tecnologia da Informação. “As transações marcam a entrada do Magalu no segmento de publicidade online, combinando a geração de conteúdo e audiência com a plataforma para comercialização de mídia digital”, afirmou a varejista em comunicado ao mercado”, afirmou na última semana Frederico Trajano, em comunicado divulgado à imprensa. A premissa das novas aquisições é a de reforçar a presença digital da rede de forma a alavancar a percepção da marca para os produtos que comercializa, além de dar segmento à prática de aquisições de sucesso do Magalu: em maio de 2019, a empresa adquiriu o e-commerce esportivo Netshoes por US$ 62 milhões (R$ 339,25 milhões na cotação atualizada) e, em fevereiro deste ano, foi a vez de comprar a plataforma de livros Estante Virtual, por R$ 31 milhões. Fonte: Magazine Luiza