Bret Taylor, presidente do Twitter, confirmou o acordo em seu perfil. Veja acima. Especulava-se que o Twitter rejeitaria a oferta que Musk fez na semana passada por não ter dito como pagaria por ela. No entanto, depois que o bilionário divulgou que conseguiu financiamento privado de mais de US$ 46 bilhões, o jornal americano diz que a rede social está fazendo uma avaliação e mais disposta a tentar negociar. Já as fontes do The Wall Street Journal disseram que nos últimos dias Musk reiterou Bret Taylor que não desistiria de sua oferta de compra de US$ 54,20 por ação. A provável reviravolta por parte do Twitter ocorre depois que Musk se reuniu em particular, na última sexta-feira (22), com vários acionistas da empresa para exaltar as virtudes de sua proposta, enquanto insistia que o Conselho tomasse uma decisão logo.
Qual o propósito de Elon Musk ao comprar o Twitter?
Não é de hoje que o dono da Tesla e SpaceX tem o desejo fazer mudanças na rede social que mais utiliza em seu dia a dia. As informações no documento comprovam que caso os acionistas aceitem a proposta, Musk fechará o capital do Twitter. Isso significa que a empresa não aparecerá mais na Bolsa de Nova York e será de propriedade de Elon Musk. O mesmo documento informa que o bilionário acredita que “o Twitter tem o potencial de se tornar uma plataforma para liberdade de expressão em todo o mundo”, mas para isso acontecer, a rede social precisa se tornar uma empresa fechada. O bilionário acredita que problemas de liberdade de expressão assolam tanto a plataforma quanto os Estados Unidos de modo mais amplo, e teria se comprometido a desenvolver soluções, mesmo que a sua oferta de compra não seja aceita. Vale lembrar que o tema foi levantado publicamente pelo empresário em março do ano passado, em uma enquete questionando se o Twitter adere rigorosamente à liberdade de expressão na plataforma. Em crítica à rede social, ele disse que “liberdade de expressão é essencial para uma democracia em funcionamento”. Ainda conforme o The Wall Street Journal, Musk tem plena confiança de que a administração do Twitter não tem como fazer, por conta própria, com que as ações da empresa atinjam o preço que ele ofereceu, em virtude dos problemas no negócio e da persistente incapacidade de corrigi-los. Para ele, uma das providências é reduzir a dependência da plataforma em publicidade, além de implementar alterações mais simples, como permitir tweets mais longos.
Apoio
O bilionário não está nessa “guerra” sozinho, visto que já tem alguns acionistas o apoiando. Um exemplo é Lauri Brunner, que administra o fundo de crescimento de grande capitalização da Thrivent Asset Management LLC, vê Musk como um administrador habilidoso: “Ele tem um histórico estabelecido na Tesla, é o catalisador para entregar um forte desempenho operacional no Twitter”, disse Brunner. A Thrivent, com sede em Mineápolis, tem uma participação de aproximadamente 0,4% no Twitter no valor de US$ 160 milhões e também é acionista da Tesla. Dentro desse cenário, Musk já disse que está considerando levar sua oferta de compra diretamente aos acionistas por meio do lançamento de uma oferta pública. Mesmo que ele conseguisse um apoio significativo com essa atitude, ainda precisaria inventar uma maneira para contornar a manobra legal que o impediu de aumentar sua participação para 15% ou mais.
Twitter se precaveu
Uma tática frequentemente empregada para empurrar uma oferta, buscando ganhar o controle do conselho do alvo, está fora de alcance por enquanto. Os diretores do Twitter escalonaram os termos, o que significa que um acionista dissidente precisaria de vários anos para obter o controle, em vez de um único voto de acionista. A empresa tentou no ano passado eliminar gradualmente os termos escalonados do conselho, uma vez que são desaprovados pela comunidade de governança corporativa, mas poucos acionistas votaram na medida. Agora, a empresa vai tentar fazer isso novamente na reunião anual deste ano, marcada para 25 de maio. Apenas dois diretores estão concorrendo à reeleição, e é tarde demais para Musk se inscrever. As ações do Twitter estão sendo negociadas abaixo de seu preço de oferta de compra desde que ele fez a oferta em 14 de abril. Normalmente, é um sinal de que os acionistas estão céticos em relação a um acordo. O financiamento incluiu mais de US$ 25 bilhões em dívidas provenientes de quase todos os bancos de investimento de primeira linha do mundo, além dos dois assessores do Twitter. O restante era de US$ 21 bilhões em ações que Musk forneceria a si mesmo, provavelmente vendendo participações existentes em seus outros negócios, como a Tesla. A velocidade com que o financiamento chegou e a liquidação do mercado nos últimos dias — o que faz com que a oferta em dinheiro pareça relativamente mais atraente — provavelmente contribuiu para a maior disposição do Twitter em aceitar a proposta de Musk. Veja também Entenda o que pode mudar com a chegada do dono da Tesla no Twitter. Fontes: Reuters | The Wall Street Journal