Enredo
A narrativa segue o nosso ouriço com sua família em Seattle. O Sonic gosta sempre de brincar de super-herói, mas, no fim, ele acaba ajudando um pouquinho mais do que atrapalha. Contudo, mesmo com seus pais ficando preocupados, nosso ouriço ainda continua fazendo o bem. Tudo começa quando seus pais vão viajar para o casamento da irmã de Maddie no Hawaii e ele fica sozinho com o cachorro em casa. Mas a vida de diversão acaba indo por água abaixo quando chega Knuckles e, com ele, retorna o todo-poderoso e mais temido: Robotnik.
Roteiro
O trabalho da Paramount com Sonic no cinema, conduzido pelo diretor Jeff Fowler, é de agradar o público infantil, mas sem nunca esquecer dos fãs dos games, sobretudo dos três primeiros jogos da franquia. Indo na contramão de outras adaptações, como o desastroso Resident Evil: Bem-Vindo à Raccoon City, a mitologia do personagem se mescla com uma história inédita. Ou seja, embora existam referências, não são elas que conduzem os filmes. E isso fica mais claro na sequência, que sobe o nível na aventura e cenas de ação, mesmo sendo um filme majoritariamente de comédia. Vale destacar a adição de John Whittington (LEGO Batman), que se junta a Pat Casey e Josh Miller, responsáveis pelo roteiro do primeiro filme. Embora o trabalho do trio seja, essencialmente, seguir com os acertos do filme anterior, em Sonic 2 há uma exploração do universo do ouriço velocista nos games, e, claro, da maior interação em tela do personagem-título com novos personagens em computação gráfica (Tails e Knuckles).
Atuações
Antes de entrar no mérito das atuações, é importante avisar que a sessão que vi na cabine de imprensa foi dublada. Ou seja, algumas atuações podem ser avaliadas de maneiras diferentes no áudio original. Dito isso, o trabalho de dublagem segue tão bom quanto o primeiro longa. Manolo Rey parece mais confortável encarnando Sonic, assim como Tatá Guarnieri consegue entregar toda a maluquice da atuação de Jim Carrey como Dr. Robotnik. Por falar no antagonista, ele é o maior destaque entre os personagens humanos do filme, que consegue ser tão verborrágico em seus discursos e caricato em sua atuação corporal, que parece tão cartunesco quanto os personagens em computação gráfica com quem ele contracena na maior parte do tempo. Agora, voltando à dublagem, outro destaque fica para o timing cômico de Karen Ramalho ao interpretar Rachel, a irmã de Maddie Wachowski. Embora seja coadjuvante, alguns dos melhores momentos de comédia do longa são protagonizados pela personagem. Agora, tanto Maddie (Tika Sumpter), quanto Tom Wachowski (James Marsden), estão mais apagados no longa. Eles não possuem arco narrativo, apenas aparecem em pequenas cenas. Por outro lado, são personagens importantes para o desenvolvimento do protagonista, representando as figuras de pai e mãe de um Sonic ainda criança.
Mais ação e aventura
Ao passo que a sequência ganha em piadas e cenas cômicas, a ação do filme também é maior que no filme anterior. Muito se dá pela adição de Knukles como antagonista físico de Sonic. Aliás, o personagem ganha uma origem diferente em sua versão do cinema, mas as principais características do personagem, sobretudo sua personalidade, seguem as mesmas dos games. A edição de Tails, por sua vez, consegue emular a parceria dos personagens no co-op no clássico game “Sonic the Hedgehog 2”. Logo, ele é fundamental para o elemento aventuresco da continuação, que abandonou a estrutura de road movie do primeiro filme e passou a ser segmentado, bem como um game, mas de maneira bastante orgânica e até mesmo discreta. Cada “fase” do filme é mais difícil, como a progressão de um game, tanto que o longa encerra em tom épico.
Direção de arte
Aliada a ação, a computação gráfica é excelente, dado o trabalho que é misturar personagens humanos e cenários reais com vários personagens e ambientes digitais. Claro, há uma cena ou outra que notamos uma “tela verde”, mas nada que nos tire de nossa imersão do filme. O mérito de toda a arte do filme se dá também pela direção de fotografia e design de produção, que conseguem explorar bem os cenários e personagens virtuais com paletas fortes, características aos personagens, além do bom uso de luz. Tanto que as primeiras cenas de ação acontecem em ambientes escuros, mas o terceiro ato todo acontece de dia.
Som
Em som, Sonic 2: O Filme é bastante desequilibrado, visto que a trilha sonora do filme é bastante genérica e esquecível. Já a mixagem e edição de som conseguem mesclar bem elementos terrenos e dos games, inclusive as referências mais discretas estão em efeitos sonoros espelhados pela película.
Futuro da franquia
Diferentemente do Universo Cinematográfico da Marvel — tradução direta de MCU — ou qualquer outro universo compartilhado nos cinemas, a mitologia do Sonic da Paramount se expande de maneira bem natural e com menos pressa. Porém, sabemos que Knukles terá uma série solo, bem como o terceiro filme provavelmente trará um dos personagens mais queridos pelos fãs — revelado na cena pós créditos. Se as próximas produções seguirem com a mesma equipe criativa e fugirem de intervalos curtos entre seus lançamentos, essa poderá ser a principal franquia dos games no estilo audiovisual.
Conclusão
Sonic 2: O Filme é um filme essencialmente de comédia voltado para o público infantil. Quem for assistir o filme, deve ter em mente que essas são as principais características da produção. Apesar disso, ele entrega excelentes cenas de ação e aventura que podem agradar até mesmo os fãs dos games dos anos 90. Leve, divertido e cativante, o filme é uma ótima opção para assistir com a família, sendo gamer ou não. Os ingressos para Sonic 2: O Filme, que estreia dia 7, podem ser adquiridos pela internet através do site Ingresso.com. Veja também: Confira também outros conteúdos relacionados no Showmetech. Aproveitei para conferir nossas primeiras impressões sobre os dois primeiros episódios de Cavaleiro da Lua, nova série da Marvel.