Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis é um filme de origem do personagem, mas também serve para fechar alguns furos deixados lá em Homem de Ferro 3, que utilizou a imagem do vilão Mandarim como um chamariz e, no fim das contas fomos, “baitados”. Sem dar spoilers sobre o que de fato acontece posso apenas dizer que aqui em Shang Chi temos de fato o Mandarim, além de explorar com bastante atenção a questão dos Dez Anéis. Mas melhor do que ser apenas um filme de origem, o que mais gostei é o fato dele ser de fato um filme de artes marciais. Ótimas coreografias atreladas ao uso de poderes que fazem jus aos personagens da história e excelentes set pieces (grandes sequências com ação, explosões e entre outros) são apenas algumas das qualidades do filme.
Quem é quem nessa ação desenfreada?
A questão do elenco foi outro ponto que me deixou muito feliz com o filme. Shang Chi é interpretado por Simu Liu e o mesmo se encaixou muito bem com o personagem. Tanto nas cenas de ação quanto nas cenas um pouco mais sérias ou então de comédia, é ótimo vê-lo em ação. Falando em comédia não posso esquecer de citar a personagem Katy, melhor amiga de Shang, interpretada por Awkwafina que é o alívio cômico de todo o filme. Não senti nenhum exagero nesse sentido e algumas das piadas são excelentes. Já sobre o nosso grande vilão Mandarim, contamos com Tony Leung Chiu-Wai para interpretá-lo e bom, essa escolha caiu como uma luva. O filme abre com cenas apresentando o personagem e desde o começo você já aceita que ele é o “brabo”. E junto a essas cenas somos apresentados a Leiko Wu, futura mãe de Shang Chi e ainda mais “braba” do que Mandarim, interpretada por Fala Chen. Por fim temos Xialing, irmã de Shang Chi, interpretada por Meng’er Zhang e que também rouba muito a cena em diversos momentos. Há alguns outros personagens muito interessantes que aparecem durante o filme, mas que são spoiler, então vou deixar a surpresa para o filme em questão. Além disso, você pode conhecer mais dos personagens e do elenco nessa lista que fizemos.
Uma história de família… Com poderes
O longa é uma aventura frenética e cheia de ótimas cenas de ação, mas é também um filme sobre família. Começamos o filme sendo apresentados aos pais de Shang Chi e a sua infância até entendermos como ele foi parar nos EUA e conheceu Katy. A forma como tudo é conduzido é através de diversos flashbacks que servem para contar sobre a origem dos personagens e como se tornaram o que são atualmente. Embora isso se torne um pouco cansativo em alguns momentos, essa estrutura narrativa funciona e explica bem o que aconteceu. Em suma, é uma história que já vimos muitas vezes e o filme em nenhum momento tenta ser algo que ele não é, fazendo coisas mirabolantes que forçam a barra. Nesse quesito temos o famoso “arroz com feijão” que serve bem ao propósito para segurar o que de fato importa aqui: as artes marciais e as belas setpieces. Inclusive, essas setpieces acontecem em lugares bem interessantes. Um ônibus desgovernado, na beirada de um prédio altíssimo e entre outras coisas são apenas alguns dos locais escolhidos para essas cenas. Eu tive vários sentimentos com o filme. Em alguns me parecia uma cena de fuga em Uncharted 4, em outras um grande sorriso no rosto por simplesmente ver as belas coreografias de luta, o que nos leva ao próximo tópico.
Ah! As lutas e os belos efeitos especiais
Se você gosta de boas cenas de luta, Shang Chi vai ser um prato cheio para você. Desde o início, temos cenas eletrizantes com grandes coreografias prestando homenagem a filmes chineses e também temos outro lado mais pé no chão lembrando um pouco de O Soldado Invernal, por exemplo. Independente do caso, com ou sem poderes, as cenas de ação são um primor e te deixam muito satisfeitas. E por falar em ação, não podemos esquecer dos famosos dez anéis. Todas as cenas envolvendo os mesmos são um detalhe a parte, pois me levaram a imaginá-lo como uma arma em algum game de hack ‘n slash, por exemplo. Eles garantem força e funcionam conforme a criatividade do portador, algo bem semelhante ao anel dos lanternas verdes. E tudo isso acontece praticamente no filme todo. Temos algumas cenas importantes para o avanço da história e os flashbacks, mas no resto, é apenas “tiro, porrada e bomba”. Grande parte das lutas acontecem no modo frenesi, mas algumas são um pouco mais místicas e contêm o uso de efeitos de slow motion, por exemplo. Eu achei isso um pouco fora de mão em alguns momentos, mas nada que atrapalhe a experiência.
Compensa o ingresso?
Tirando as séries da lista, Shang Chi é a primeira produção da Marvel pós Ultimato que realmente vem com algo novo e interessante para esse universo. Embora ele sirva para contar a história de origem de um novo personagem, ele também ajusta alguns conceitos que já tínhamos visto e expande um pouco mais para ficarmos empolgados para as próximas produções. Por fim, sim, vale demais o ingresso, principalmente se gostar de filmes de artes marciais. E no caso de gostar de artes marciais com “poderzinho”, vai gostar ainda mais da experiência. O filme traz ainda duas cenas pós-créditos, ambas interessantes, mas com objetivos distintos. Se você está acompanhando toda a loucura e teorias em relação ao MCU que vem acontecendo na internet recentemente, talvez você fique com vontade de gritar de alegria no cinema. Nós assistimos ao filme na última sexta-feira (27) a convite da Disney Brasil. Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis estréia nos cinemas brasileiros nessa quinta, dia 2 de setembro. Ele também deverá estar disponível em alguns meses no Disney+