Porque devo usar máscaras?
O uso de máscaras é algo necessário porque, assim como com a gripe comum, a COVID-19 é uma doença que se espalha pelo ar, já que o vírus é expelido através de gotículas microscópicas sempre que falamos ou respiramos. Assim, se todos as usarem, haverá uma “barreira” que impede não apenas que essas gotículas sejam expelidas no ambiente, mas que também protege qualquer pessoa de inalar o vírus que já foi expelido.
É preciso manter o distanciamento social caso eu esteja usando máscara?
Sempre que for possível, sim. Ainda que as máscaras protejam bastante (como iremos mostrar em alguns dados logo a seguir), elas não são uma barreira 100% eficaz, e é possível contrair o vírus mesmo com seu uso. Assim, manter uma distância de pelo menos um metro de qualquer pessoa que você estiver conversando garante que a proteção seja ainda mais eficaz.
Mas usar máscara e manter a distância faz mesmo diferença?
Faz sim. De acordo com informações da Universidade McMaster e do Hospital St. Joseph’s Healthcare Hamilton (ambos do Canadá), a probabilidade de adquirir o novo coronavírus ao conversar com uma pessoa e ambos estiverem sem máscara é de 17,4%, enquanto se os dois estiverem usando uma essa chance de contágio cai para 3,1%. Esse mesmo fenômeno pode ser visto ao se manter uma distância segura entre as partes: caso você fique a menos de um metro de alguém que tem a confirmação ou suspeita de estar com o novo coronavírus, as chances de pegar a doença é de 12,8%. Caso se obedeça uma distância de mais de um metro, essa chance cai para 2,6%, e ela diminui para 1,3% caso se obedeça um distanciamento de mais de dois metros. Esses resultados foram obtidos após revisar 172 estudos observacionais, feitos por pesquisadores de 16 países diferentes, que tinham como objetivo medir o quanto o uso da máscara e a manutenção do distanciamento social interferiam no transmissão do vírus. Nessa revisão também foram incluídas 44 pesquisas comparativas que tentaram medir a eficiência desses equipamentos nos surtos de SARS e MERS (duas doenças que são causadas por outros tipos de coronavírus).
É preciso usar a máscara o tempo todo?
Não exatamente o tempo todo, mas sempre que você precisar ter contato com outras pessoas. Por exemplo, não é necessário usar uma dentro de casa ou do carro caso você esteja sozinho, mas é necessário ter uma sempre a mão caso necessite interagir com outra pessoa, como com um passageiro, com o frentista do posto ou para atender o entregador do delivery no portão. Também é recomendado que não se coloque máscaras em crianças com menos de 2 anos de idade, pessoas que estão com dificuldade de respirar ou pessoas que estão inconscientes (sejam desmaiadas ou dormindo), pois nessas condições a máscara de pano pode causar (ou agravar) problemas respiratórios.
Posso trocar o uso de máscara pelo protetor facial (face shield)?
Na teoria, o protetor facial oferece maior proteção, pois consegue proteger os olhos do usuário – algo importante porque o órgão também pode servir como ponto de entrada para o vírus, além das vias respiratórias. Mas, apesar de ser uma opção ao uso das máscaras de pano, o Centro de Controle de Prevenção e Doenças dos Estados Unidos (CDC) não recomenda estes equipamentos como um substituto destas. Isto acontece porque não há nenhum estudo que garanta que esses equipamentos são mesmo eficientes para prevenir a transmissão do novo coronavírus por si só, sendo o uso recomendado como uma camada de proteção a mais para agentes de saúde — que podem usar esses escudos junto com as máscaras e luvas específicas para o atendimento de pacientes com COVID-19.
Devo procurar fazer estoque de máscara cirúrgicas ou do tipo N95?
Apenas se você estiver trabalhando em clínicas e hospitais, onde tem contato direto com pacientes infectados com COVID-19. Isto porque estes tipos de máscara são considerados como EPIs (equipamentos de proteção individual) e, por isso, o estoque existente dessas máscaras deve ser mantido para uso exclusivo dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia. Fonte: The Lancet, CDC, Mayo Clinic