Em tempos de pandemia, precisamos nos adaptar a trabalhar, estudar e nos relacionar com familiares e amigos de maneira remota. A Zoom surfou nessa onda e se tornou a plataforma favorita de chamadas de vídeo em grupo entre os usuários, tanto no Brasil quanto no mundo. E isso aconteceu mesmo com os gigantes Google e Facebook oferecendo serviços parecidos. Atualmente, o valor de mercado (preço de cada ação multiplicado pela quantidade de papéis) da Zoom é de US$67,43 bilhões. Já o valor das ações da startup, que foram de US$68 para US$239 em seis meses, supera algumas gigantes globais, como AMD, GE, Petrobras e Uber.
Altos e altos das ações da Zoom em 2020
Entre segunda-feira (15) e esta terça-feira (16), as ações da Zoom valorizaram 9%, o que marcou um recorde de valorização. Entre maio e junho, a empresa valorizou 45% no mercado financeiro. Esse desempenho ultrapassa até o da Tesla, de Elon Musk, que valorizou 130% neste ano. Confira abaixo um gráfico que compara a valorização da Zoom, Tesla e NASDAQ-100 (índice de bolsa que reúne 100 das maiores empresas não financeiras da bolsa norte-americana NASDAQ) em 2020: Parte do sucesso das ações da Zoom durante a pandemia vem do fato de a startup oferecer um serviço acessível, funcional e gratuito. Culturalmente falando, a plataforma acabou se tornando um marco desta fase de transição entre “mundo pré-pandemia” e “mundo pós-pandemia”. Segundo o colunista Nigam Arora, do site MarketWatch, o bom desempenho da Zoom no mercado financeiro em 2020 vem, também, do smart money. Este é o nome dado ao dinheiro que se aplica em oportunidades durante uma crise. O valor de mercado da Zoom já ultrapassou diversas gigantes de vários setores. Veja abaixo:
Unilever (US$64 bilhões);GE (US$63,3 bilhões);Grupo CME (US$62,6 bilhões);Colgate-Palmolive (US$62,4 bilhões).
Se o crescimento da startup continuar neste ritmo, a previsão é que, em breve, seu valor de mercado ultrapasse até o do grupo financeiro multinacional Goldman Sachs. Um artigo publicado recentemente pelo site The Motley Fool apontou que num futuro próximo a Zoom pode integrar o índice americano S&P 500, que lista as 500 maiores empresas na Bolsa de Nova York. Porém, o colunista Arora alerta que o preço das ações da startup no mercado financeiro pode despencar no pós-pandemia. Isso porque quando a população mundial voltar, gradativamente, às relações presenciais, a demanda por chamadas de vídeo para trabalhar, estudar e se relacionar vai cair.
Questões de segurança
Apesar do sucesso atual da Zoom, é preciso relembrar que, recentemente, a startup se envolveu em polêmicas relacionadas a segurança e criptografia. No final de abril, a startup removeu códigos de seu app no iOS que estava compartilhando dados com o Facebook. A medida foi necessária porque o SDK do Facebook estava coletando informações dos usuários sem autorização. Além disso, milhares de usuários reportaram, no começo do ano, que suas informações pessoais, como endereço de e-mail e fotos, foram compartilhadas com estranhos. Outro problema é que as chamadas do aplicativo ainda não são criptografadas ponta-a-ponta. Países como a Alemanha, Austrália e Taiwan chegaram a pedir às agências de seus governos para pararem de usar o Zoom para videoconferências. Google e SpaceX também pediram isso aos seus funcionários. A startup está tentando resolver as falhas de segurança e contratou dezenas de consultores em segurança para isso. A empresa está usando, também, os serviços de segurança cibernética da CrowdStrike. Além de aprimorar sua infraestrutura, a Zoom fez acordo com a Oracle e anunciou a aquisição da Keybase, que é um serviço de compartilhamento de mensagens. A ideia é incorporar, finalmente, a criptografia de ponta-a-ponta na plataforma. Fontes: The Next Web e InfoMoney