De títulos conhecidos a pérolas escondidas, ou seja, de insetos fofinhos, cavaleiros e personagens de anime a rabiscos, amebas e afins, vamos descobrir essa mina de ouro dos jogos soulslike. E não se esqueça, passar raiva faz parte do aprendizado. Vale reiterar, entretanto, que essa lista é subjetiva, assim como a categorização do gênero, então não se sintam ofendidos se determinado jogo aparecer ou não por aqui.

O que são jogos soulslike?

De modo geral, jogos soulslike são aqueles que tomam emprestadas características da franquia Souls, da FromSoftware, como Demon Souls, Dark Souls e, mais recentemente, Elden Ring. Ainda que Elden Ring não seja pertencente à franquia, como sugere o nome, podemos considerá-lo um irmão mais bem-desenvolvido nesse sentido, dado que a produtora aplicou muitos dos estudos realizados com jogos precedentes ao mundo de Elden Ring. Há algumas características semelhantes que permitem o agrupamento de determinados jogos no gênero. Por exemplo, as personagens costumam ter uma barra de energia e/ou mágica, além dos pontos de vida. Outro ponto de convergência é a presença iminente da morte, ou seja, da possibilidade da personagem morrer repetidas vezes até se compreender as mecânicas de algum chefe, inimigo ou ambiente. Ao contrário dos roguelikes, por exemplo, o mapa não muda aleatoriamente aqui, permanecendo perene; o que pode mudar é a estratégia do jogador. Locais intermediários também costumam ser estabelecidos, de modo a fornecer um checkpoint, ou ponto de descanso, para recuperar vida, energia, magias e afins — e, por consequência, revivendo os inimigos daquela determinada área. Inerte a isso está a perda dos itens ao morrer, ou seja, se você falhar em algum lugar, reviver no checkpoint e morrer antes de pegar os itens perdidos, eles serão perdidos permanentemente. Esquivas representam outra camada de tecido viscoso responsável por formar o coração do gênero, o que também está diretamente relacionado à barra de energia. E, por falar nela novamente, há os paralelos ao Estus Flask de Dark Souls, ou seja, poções que curam vida ou magia, a depender da construção da personagem e da preferência do jogador. Há quem argumente que o design dos mapas também pode ser um fator de peso na hora de definir o gênero do jogo. Por exemplo, Dark Souls tem um mapa interconectado e bastante vasto; o mesmo vale para alguns dos jogos soulslike da lista, como Salt and Sanctuary, Blasphemous etc. Não é exatamente uma obrigatoriedade, mas ei, classificações, no geral, costumam ser arbitrárias, o que, inclusive, gera ambiguidade quanto ao termo soulslike por parte da crítica e dos jogadores. Caso você tenha interesse em se aventurar nessa discussão e aprender mais sobre o gênero, suas características, se é de fato interessante chamá-lo gênero próprio e afins, no final, deixarei algumas fontes de leitura. Como esse post pretende só mostrar alguns vários jogos, vamos ao que interessa. Incluo também a nota dada pelo Metacritic, agregador de análises de games, filmes, músicas, séries e o que mais você quiser — colocando a mais baixa e a mais alta, respectivamente, dado que elas variam conforme a plataforma usada. Não se assuste se vários jogos também forem metroidvanias ou roguelikes, afinal, os três formam praticamente a tríade gamer contemporânea.

Jogos soulslike em 2D

Jogos como Elden Ring não necessariamente precisam estar inseridos num formato de três dimensões para serem difíceis, fazerem sucesso ou serem bons. Por isso, não é de se admirar que uma verdadeira legião de jogos soulslike em 2D tenha tomado parte das lojas virtuais. Dentre eles, claro, há alguns títulos de qualidade duvidosa, mas muitos são ótimos também, como você verá em seguida. Para medida de esclarecimento, serão considerados jogos soulslike em 2D e 2.5D.

Blasphemous

Nota no Metacritic: 77% — 82% Abrindo essa janela de frustração e contentamento, temos Blasphemous, jogo bem peculiar com uma temática bastante única. Parece balela falar isso, mas o game, desenvolvido pela The Game Kitchen, é fortemente influenciado pela estética católica-romana e, mais especificamente, espanhola. O usuário toma controle de um peregrino sobrevivente da Irmandade do Pesar Silencioso que precisa explorar o mundo de Cvstodia em busca de… redenção? Vingança? Explicação? Bem, não dá pra saber ao certo, mas fique à vontade para fazer suas próprias teorias. Um dos pontos mais fortes do jogo é a direção de arte, que combina perfeitamente com a gameplay ao apresentar monstruosidades esdrúxulas criadas pelo fenômeno chamado O Milagre. Esse fenômeno, por vezes, abençoa os cidadãos de Cvstodia, mas, também, amaldiçoa de maneiras cruéis e brutais. É dever do penitente, com sua espada Mea Culpa, descobrir tudo o que há para descobrir acerca desse estranho acontecimento.

Curse of the Dead Gods

Nota no Metacritic: 78% — 90% Curse of the Dead Gods é um roguelike — você vai ver que roguelikes e jogos soulslike normalmente coabitam a mesma existência — com elementos bastante relacionados ao soulslike. Ele está disponível gratuitamente neste mês para assinantes da PS Plus, com FIFA 22 e Tribes of Midgard. O estilo dele lembra bastante Darkest Dungeon, mas num formato 2.5D que te coloca na pele de um aventureiro que adentra uma caverna e fica preso lá; ele precisa escapar, mas, para tanto, também precisa vencer desafios impostos pelos três deuses mortos. O jogo talvez resgate também a memória de Path of Exile e outros jogos do gênero pelo sistema de combate, drop de itens e progressão repetitiva. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário, mas entenda que será preciso refazer os níveis repetidas vezes para alcançar a vitória final. Desviar e parar golpes (o famoso parry) estão presentes, bem como a barra de energia, que, aqui, na verdade, são cinco bolinhas que indicam o fôlego restante.

Death’s Gambit

Nota no Metacritic: 71% — 81% Mais um da nem-tão-seleta lista de jogos soulslike que, na verdade, mais se parecem roguelike, Death’s Gambit te coloca na pele do braço direito da Morte, Sorun, mostrando que os títulos são raramente escolhidos por acaso. Aqui você vai ter classes, incorporando elementos de RPG também e, logo no início do game, poderá optar pela preferência: você prefere conjurar milagres ou empunhar uma espada quilométrica? Fica o questionamento. O game é interessante porque ele também leva a parte da aposta bastante a sério. Você pode, por exemplo, trocar seus itens de cura por um aumento no dano ou outro buff quando for enfrentar um chefe. Além disso, ao morrer num desses chefes, você não perde tudo diretamente, como é o comum nesses games; o jogador só perde os mesmos itens de cura, que podem ser recuperados do jeito clássico ou comprados novamente. No fim do ano passado, saiu uma versão 2.0 do game, chamada Afterlife, com mais chefes, armas e mapas, então aproveite.

Eldest Souls

Nota no Metacritic: 76% — 80% Em Eldest Souls, que, convenhamos, tem uma relação bastante clara com jogos soulslike, você precisa derrotar vários chefes em seguida em outro subgênero conhecido como boss rush. A história é relativamente simples, com deuses sendo aprisionados, escapando e destilando vingança contra a humanidade por essa transgressão divina. Claro que essa vingança chega no formato de criaturas indomáveis cujo objetivo é retalhar tudo que existe. Você toma controle de um jovem rapaz e sua espada simpática saída do Minecraft — mentira, ela é só feita de obsidiana, mas fica difícil traçar paralelos que não se relacionem ao amado jogo de construção quando essa palavra é usada. De qualquer forma, você pode desenvolver os poderes da personagem principal como preferir, com liberdade até que razoável nesse sentido.

Ender Lilies

Nota no Metacritic: 84% — 88% Mais um da lista dos metroidvanias agora. Não sei exatamente até qual ponto o adjetivo fofo consegue descrever um jogo dessa lista, mas provavelmente o mais próximo deles será Ender Lilies. Você toma controle de uma menina, a última sobrevivente de um clã de sacerdotisas, no meio de um mundo desolado e apocalíptico. Essas sacerdotisas eram conhecidas pelas habilidades de purificar almas, e é esse o dever da simpática protagonista. O problema é que o mundo está recheado de inimigos sedentos pelo sangue da jovem, e o único capaz de protegê-la é um cavaleiro, ou, mais especificamente, a alma de um cavaleiro que lhe foi dada pela penúltima sacerdotisa. Junto a ele, você deve purificar e salvar o maior número de habitantes possível, tendo cuidado para não falecer nas mãos dos rançosos que povoam o ambiente destruído.

GRIME

Nota no Metacritic: 81% Não relacionado à jovem celebridade homônima, o jogo GRIME te coloca no comando de… não sei ao certo. Uma pedra, talvez? Um primo do Coisa menos bombado? Um buraco negro que criou vida e decidiu montar uma armadura de pedregulhos? Bom, o céu é o limite e a imaginação também. O que importa é que você enfrenta inimigos geometricamente esquisitos no game e pode absorver chefes para ganhar seus poderes, meio que num estilo Mega Man se encontrando com Dark Souls. Sentido é o que menos procuramos por aqui, o que importa é a frustração de você tentar absorver e redirecionar uma lança e falhar miseravelmente. Vale bastante pelo conceito e pela violência gratuita que você sempre quis adicionar ao Rock Simulator, mas nunca conseguiu. Lembre sempre de que você não defende aqui, mas, sim, absorve, por mais insano e surrealista que possa soar.

Hollow Knight

Nota no Metacritic: 85% — 90% Com certeza alguém vai me ofender por colocar esse título aqui, mas a lista é minha, então eu faço o que quiser, obrigado. O que me fez introduzi-lo foram algumas mecânicas que se encaixam na descrição, como desvio, mapas conectados e o timing correto para enfrentar chefes. Não, elas não são únicas deste gênero, mas julgo que vale sempre qualquer malabarismo categórico para recomendar Hollow Knight, um dos melhores jogos dos últimos anos. Não há uma peça sequer desse título que não seja feita com maestria, desde a trilha sonora até os encontros com NPC’s. Tudo é extremamente polido e dinâmico. O game insere o jogador num mundo digno de Vida de Inseto, amaldiçoado por uma praga infecciosa que transformou os habitantes de Hallownest em criaturas hostis ou, traçando um paralelo, ocas, vazias. O dever do solitário cavaleiro é descobrir a origem dessa infecção e contê-la.

Loot River

Nota no Metacritic: 74% — 77% Lançado na semana passada, Loot River é um joguinho muito simpático com uma mecânica relativamente inovadora: você pode usar pequenas ilhas para se locomover ao longo do mapa que, como sugere o título, é composto por um rio. Isso significa mudar de plataforma para enfrentar inimigos, fugir, trocar a altura e calcular rotas para não ser pego de surpresa, tudo numa maré de combates desafiadores e potencialmente desastrosos. Ao contrário da vasta maioria dos outros jogos da lista, não joguei esse, então não consigo dar um panorama da história, mas parece se tratar de alguma viagem rio acima cujo objetivo escuso você deve descobrir logo nos primeiros minutos de gameplay. O que mais chama atenção, no caso, é o sistema diferenciado de transporte com blocos.

Lucah: Born of a Dream

Nota no Metacritic: 79% O estilo desse aqui pode afugentar muita gente, mas não tema e não recuse novidades: é um ótimo jogo inspirado em Dark Souls, com uma direção de arte única e bastante envolvente. Os comandos básicos, como era de se imaginar, estão aqui, como desviar, atacar e bloquear, bem como os monstros desafiadores já consagrados dos jogos do gênero. De todo modo, ele parece desenhado por aquele amigo talentoso que todos tivemos na escola, mas que, como todo artista, rasga o desenho ao meio por julgá-lo ruim, o que já é um bom indicativo de qualidade. Lucah: Born of a Dream é uma aventura surrealista que te coloca na pele de… Lucah, que precisa enfrentar seus demônios, literalmente, já que eles se materializaram e ficam prestes a consumi-lo dentro do seu próprio mundo onírico — olha aí o título fazendo justiça de novo. Para derrotá-los, você pode usar Mantras, que funcionam como as magias do título, e bastante paciência.

Salt and Sanctuary

Nota no Metacritic: 80% — 84% Um dos primeiros jogos soulslike que me aventurei depois dos principais da franquia da FromSoftware, Salt and Sanctuary é simples, mas incrível. Além da referência óbvia, ele também é bastante influenciado por Game of Thrones, dando um gostinho de easter eggs aos entusiastas da série/livros. A arte não é extremamente elaborada ou inovadora, mas cumpre o papel, e até confere um charme cartunesco ao título, especialmente com os chefes. Ao contrário de outros títulos na lista de jogos soulslike, esse aqui é bem mais puxado para o formato Souls mesmo, sem muitos elementos de roguelikes, metroidvanias e afins. Ao invés das almas, entretanto, o combustível da personagem é o sal, como sugere o título. Há várias guildas também, cada uma com vantagens e desvantagens, e até uma para alterar o final que o jogador conquista.

Titan Souls

Nota no Metacritic: 73% — 74% Titan Souls lembra um pouco outro jogo já mencionado anteriormente, no caso, Eldest Souls, e não só pela semelhança linguística. Ele também é um boss rush, ou seja, você enfrenta chefes em sequência até alcançar o objetivo. Não há muitas reviravoltas e a história é bem simples: você toma controle de um herói que, com uma única flecha, precisa enfrentar titãs responsáveis por salvaguardar fragmentos de uma alma superior, esta que rege todos os seres vivos. A falta de profundidade para a história, no entanto, é compensada pela velocidade e pensamento técnico necessário para enfrentar os chefes, cuja dificuldade, que já é cínica no início, só piora ao longo do game. Outro aspecto interessante é a gameplay, que funciona num regime de tiro único, ou seja, você só precisa de um golpe para falecer; a boa notícia é que os chefes também.

UNSIGHTED

Nota no Metacritic: 84% — 88% UNSIGHTED é uma joia nacional de altíssima qualidade, criada pelas incríveis Tiani Pixel e Fernanda Dias, do estúdio Pixel Punk. Se Mega Man e Dark Souls tivessem um filho, como ele seria? Bom, a resposta é esse jogo; nele, todos que encontramos são androides ou autômatos e possuem uma data de validade, digamos assim, certa, tal qual os replicantes em Blade Runner. Alguns vão viver um ano, outros uma semana. Essa mecânica é ótima, pois coloca o jogador para escolher o destino de alguns NPC’s, o que pode, inclusive, jogá-los um contra o outro. Nem preciso dizer que a linguagem inclusiva também está de parabéns, o que é sempre um deleite de ver. O uso do tempo também é muito curioso, mostrando a criatividade do estúdio em revitalizar o gênero, que cada vez mais precisa de novidades para se manter vivo e ativo.

Unworthy

Nota no Metacritic: 78% Outro dos jogos soulslike que se encaixam na categoria metroidvania, Unworthy é uma representação vívida da decadência de um guerreiro. Ambientado num mundo cinzento, o jogador não pode pular, subvertendo um pouco do conceito de títulos em plataforma e o insere definitivamente no universo dos jogos soulslike, com profundidade e um toque de reflexão. Quem passar os olhos por algum vídeo talvez fique com a impressão dele ser um título meio travado ou lento, mas não é. Esse sentimento é proveniente da atmosfera — propositadamente — opressiva do game. O combate, por mais estranho que possa parecer sem os pulos, é até bastante decente e proporciona vários desafios para o jogador.

Vigil: The Longest Night

Nota no Metacritic: 75% Fechando nossa lista de jogos soulslike em 2D temos Vigil: The Longest Night, um jogo também de plataforma que lembra, até pela descrição dos próprios desenvolvedores, Salt and Sanctuary. Considerando que o primeiro é o legítimo herdeiro dos soulslike no universo 2D, nada mais justo que inserir o game aqui na lista também. A parte mais legal é que ele tem um pouco de horror junto; sempre achei curioso que nenhum título apostasse nessa fórmula, mas tudo bem, vida que segue. A protagonista, Leila, é carismática, assim como sua cidade, que está praticamente em ruínas. A destruição foi causada por uma espécie de infestação sobrenatural que, não se sabe, veio de algum tipo de magia ou sonho. Ou magia onírica. Ou sonho mágico. Ou como você quiser chamar, dado que isso não fica muito claro, mas ei, cada interpretação é digna de nota, pelo menos por enquanto.

Jogos soulslike em 3D

Bom, agora a coisa muda um pouco de figura. Se você está procurando aventuras mais abertas em jogos como Elden Ring, os jogos soulslike em 3D podem dar um norte mais certeiro. Lembrando que o próprio Elden Ring é bem recente, então, não se assuste com a qualidade gráfica inferior de alguns títulos, mas, sim, aproveite para celebrar as qualidades técnicas e a frustração proporcionada por eles.

Blue Fire

Nota no Metacritic: 71% Este simpático joguinho é o primeiro dos nossos jogos soulslike em 3D. Blue Fire apresenta a narrativa de um pequeno personagem munido de duas espadas cujo objetivo é salvar uma princesa. Parece bem simples, mas no caminho você precisará investigar vários lugares para entender o que aconteceu no mundo de Penumbra — só o nome já é bem sugestivo para altas aventuras. A arte é bastante cartunesca, mesmo para um jogo em 3D, então pode ser que isso afaste alguns jogadores, mas isso não significa que o game seja ruim, muito pelo contrário. Ele consegue casar perfeitamente as mecânicas do gênero plataforma às mecânicas clássicas dos jogos soulslike, como o desvio, bloqueio e os itens usados para recuperar vida.

Bright Memory

Nota no Metacritic: 55% — 68% O querido Bright Memory possui a maior amplitude da nossa lista, muito por causa da jogabilidade limitada. Não digo limitada no sentido necessariamente ruim do termo, mas sim porque o game dura mais ou menos meia hora, a depender da sua habilidade. O interessante é que ele foi inteiro desenvolvido por uma só pessoa e mistura elementos de jogos soulslike num jogo de tiro em primeira pessoa. Parece insano, mas é exatamente isso que acontece, e o resultado é maravilhoso. Eu também daria uma nota baixa simplesmente pelo fato do negócio acabar, mas a qualidade absurda, ainda mais ao lembrarmos que tudo isso foi desenvolvido por uma só pessoa, é mais que suficiente para deixar esse jogo no radar de quem quiser algo mais tranquilo para se divertir um pouco.

Code Vein

Nota no Metacritic: 70% — 75% O ópio dos otakus, Code Vein é praticamente isso que você imaginou assim que leu a palavra otaku. Tem quem goste e tem quem deteste, mas o fato é que ele é uma adição interessante nessa coleção de jogos inspirados por Dark Souls. Eu mesmo fiquei bastante ansioso quando foi anunciado, mas me decepcionei um pouco com o produto final. Mesmo assim, vale a tentativa, nunca se sabe. Tenha em mente que isso é literalmente Dark Souls meets anime, o que não significa nada de ruim por si só, mas também não significa nada de bom, convenhamos. As armas são interessantes e o design das personagens é chamativo, mas a maior crítica fica para os mapas, que mais parecem repetições constantes deles mesmos, sem aquele toque clássico de polimento em outros jogos da lista, o que pode causar certo estranhamento e desgosto.

ENCHAIN

O jovem ENCHAIN não tem nota no Metacritic por uma simples razão: está em acesso antecipado na Steam, ou seja, não foi lançado ainda. Ele é o projeto solo do usuário mattlawr nos últimos dois anos, o que é espetacular, dado que a demo do jogo é uma das coisas mais divertidas que existem por aí. E o melhor é que o desenvolvedor sempre lê o feedback dos usuários, trabalhando no jogo para torná-lo ainda mais emblemático. Nele, você controla um esqueleto que precisa escapar do abismo. É isso. Parece pouca coisa, não? Pois saiba que o esqueleto está armado com uma espingarda e uma cordinha que mais parece a corrente abandonada do Scorpion no inferno. É possível fazer combos pulando, se içando e fazendo altas manobras aéreas para derrotar inimigos, mostrando a versatilidade dos jogos soulslike.

Going Under

Nota no Metacritic: 73% — 81% Talvez o mais carismático dos jogos soulslike da lista, Going Under é bem divertido por colocar o jogador no ambiente corporativo no papel de Jackie, estagiária de uma corporação recém-adquirida por uma gigante da tecnologia. O problema é que todas as outras startups que essa gigante adquiriu foram destruídas e seus operários transformados em monstros, o que faz com que a nossa destemida colega precise enfrentar hordas de assalariados desgostosos para sobreviver. Bastante único e com uma mecânica de troca de armas bem convidativa, o game é prato cheio para quem quer algo mais diferentão, por assim dizer, dos cenários de fantasia sombria que permeiam o gênero, tanto em 3D quanto em 3D. Só cuidado para não ter dor de cabeça, porque há luzes e cores até demais para se distanciar disso.

Mortal Shell

Nota no Metacritic: 74% — 76% Outro que acompanhei o desenvolvimento, Mortal Shell é claramente inspirado na franquia Souls, ainda que mais sombrio e menos amigável. Ao invés de várias armas, armaduras e itens, o jogador pode usar quatro carcaças, cada uma funcionando como uma classe. Além disso, os itens de cura são menos recorrentes e há um limite para eles; outra mecânica inserida que supre essa falta é a de absorção de vida, que serve para deixar o jogador inteiro por maiores períodos. A parte interessante mora na possibilidade de poder trocar de carcaça em áreas de descanso, o que colabora para que a jogatina não fique tão engessada, mesmo com só quatro classes. Lógico que, após um tempo, isso por si só fica cansativo, mas o jogo não é tão longo a ponto disso se tornar um problema, tendo suas 15 horas, em média.

Nioh

Nota no Metacritic: 84% — 88% É difícil categorizar Nioh como um dos jogos soulslike porque ele parece, ao mesmo tempo, ser esse tipo de jogo, mas não ser. Novamente, ressalto a dificuldade em defini-lo, dado que ele funciona como um game intermediário entre Dark Souls e o próprio Elden Ring, usando mecânicas únicas e interessantes que o distanciariam de ambos, como a mudança de postura e escolha de armas que, por si só, são bem diferenciadas. De qualquer forma, tanto o primeiro título quanto sua sequência são ótimos, ainda mais para quem gosta de história japonesa, e especialmente do Japão Feudal. Muitas personagens clássicas estarão presentes e serão um prato cheio para conhecedores do gênero. Aos novos no assunto, não há necessidade de se preocupar, pois os jogos funcionam tão bem para um grupo quanto para outro.

Remnant: From the Ashes

Nota no Metacritic: 77% — 81% Remnant: From the Ashes teve uma premissa bem definida: ser um jogo de tiro em terceira pessoa com elementos da série Souls. Ele sucede com relativa tranquilidade nessa missão, ainda mais ao colocar o usuário num mundo devastado cheio de monstros bizarros e aleatórios. O interessante talvez esteja nessa parte da aleatoriedade, mas, ao mesmo tempo, isso pode deixar quem gosta de histórias mais lineares um pouco decepcionado. Não que faça diferença, porque se você gosta de histórias lineares, com certeza não é muito fã de jogos soulslike. Vale ressaltar, entretanto, que o foco do jogo é o multiplayer ou o co-op. Isso significa que ele é muito mais interessante quando você junta seus coleguinhas e se diverte em algumas sessões. Considerando que ele já é um pouco antigo, talvez seja complicado encontrar pessoas aleatórias a essa altura do campeonato, mas esperança é a última que morre.

The Surge

Nota no Metacritic: 72% — 78% Ambos os títulos de The Surge inovam ao trazer a ficção científica para o universo Souls. O primeiro é um pouco mais duro, por assim dizer, já que foi lançado no período inicial da franquia, ali nos idos de Dark Souls e Dark Souls 2. Por isso, suas mecânicas, semelhantes às da época, são mais enguiçadas e um pouco mais lentas, ainda mais em comparação ao segundo. Entretanto, ambos acertam em cheio na criação do mundo devastado pela tecnologia, o que é uma adição bem-vinda. Veja também Gostou das nossas sugestões? Então não deixe de checar também os melhores jogos de Switch de 2022. Fontes: Iron Pineapple, How to Geek, PC Gamer, Games Radar

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