Os cálculos foram realizados pela NASA e Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA ou ANOA) e o que especialistas estão afirmando há um tempo considerável está se concretizando: nosso planeta está ficando cada vez mais quente. Os eventos que marcaram 2021 também nos permitem entender como passamos pelo ano mais quente. Entenda o estudo agora mesmo e como isso pode ser mudado.
Dados do sexto ano mais quente
Se você não fez a compra de um ventilador ou ar condicionado durante o ano passado (caso ainda não tivesse um produto como este morando no Brasil), realmente não sabemos se passou pelo sexto ano mais quente de que têm-se registros. Os estudos da NASA e NOAA dos EUA confirmam que 2021 foi 1,04 °C mais quente em relação à temperatura da era pré-industrial. O momento de ativação e fabricação de grandes máquinas que expeliam gases extremamente tóxicos e quentes foi mais frio do que o ano que acabou há cerca de 15 dias. E olhando para o ano passado, fica fácil entender os resultados. Falando primeiramente sobre a América do Norte, foram registradas temperaturas acima de 54,5 °C em julho no Vale da Morte, na Califórnia. Pelo segundo ano consecutivo, o recorde de temperatura mais alta foi quebrado. Estamos realmente passando por uma das eras mais quentes do planeta Terra. Olhando para a Europa, que é conhecida por ter climas mais frios, as temperaturas durante o ano passado também quebraram recordes. A Copernicus Climate Change Service, que faz parte da União Europeia, confirmam que 2021 foi um dos anos mais quentes nesta parte do globo. A região da Sicília, localizada na Itália, registrou uma temperatura de 48,8 °C. Ainda não se sabe se esta foi o valor mais alto que têm-se registros na Europa, mas a Organização Meteorológica Mundial tem trabalhado para chegar a esta resposta. E como foram as temperaturas na América do Sul? Não precisa ser nenhum especialista para saber que as altas temperaturas do sexto ano mais quente do planeta Terra também causaram problemas por aqui, já que tivemos diversos casos de queimadas em diversas partes de nosso país. O dia 26 de agosto de 2021 foi o mais quente do ano passado no Brasil, com o valor de 41,6 °C sendo registrado em São Félix do Araguaia, município localizado em Mato Grosso. Apesar de tudo, o sexto mês de 2021 foi o mais quente.
Como são feitos os cálculos?
Apesar de ser bastante complexo, a média de temperatura de um ano do planeta Terra é calculada de uma forma tradicional. De acordo com os valores que são registrados pelas diversas organizações de meteorologia em todo o mundo, o especialistas então somam tudo isso para em seguida, realizar a divisão de acordo com a quantidade de valores que possuem. Nem todas as instituições analisam as mesmas partes do mundo para chegar à temperatura média do planeta Terra em um ano que se passou, com quatro grupos realizando a mesma medição. O grupo do Japão por exemplo analisa a temperatura de apenas 85% do planeta Terra, deixando os dados de algumas estações de meteorologia de lado. O Met Office, do Reino Unido, contabiliza apenas 86% do planeta Terra. A NASA, que como você sabe, faz parte dos EUA, faz os cálculos com base em temperaturas registradas em 99% do Planeta Terra. A NOAA já utiliza apenas 93% dos dados para chegar ao resultado. Esta comparação foi postada nas redes sociais da NASA e ajuda a ter um parâmetro de todos os resultados. A NASA e NOAA, possuem metodologias de cálculo que são semelhantes e ambas concordam que o ano de 2021 foi o sexto ano mais quente registrado não apenas nos últimos dez anos, mas também desde o começo de todas as análises. O Copernicus Climate Change Service, da Europa, afirma que 2021 foi o quinto ano mais quente desde 1880. 2016 ainda leva o título de período em que a Terra ficou mais quente desde o início da contagem.
La niña foi de grande ajuda
O fenômeno La Niña, que pode ser explicado como um evento que deixa as águas do Oceano Pacífico equatorial oriental mais geladas, foi essencial para que não tivéssemos um ano ainda mais quente. Apesar de acontecer apenas em uma parte do globo terrestre, este evento climático acaba influenciado todo o restante do planeta Terra. Zeke Hausfather, cientista climático e pesquisador da organização de ciência ambiental Berkeley Earth, afirma que o La Niña ajudou bastante, mas ainda temos muito a melhorar. Em relação a 1998, que também foi um ano extremamente quente para nosso planeta, os valores de 2021 não causam preocupações. Mas tenha em mente que há 24 anos atrás, foi registrada a temperatura média de 0,63 ºC acima da média do século XX. Esta também foi a temperatura do século passado. Ou seja, o lugar onde vivemos tem se tornado mais quente com o passar do tempo.
Acordo para mudanças foi definido
O Acordo de Paris, assinado durante 2015, foi lembrando durante a COP26 (Conference of the Parties ou Conferência das Partes da Convenção do Clima) que aconteceu durante o ano passado. A convenção, que contou com as principais nações do mundo, incluindo o Brasil, garantiu o acordo de que os países envolvido estarão se comprometendo para que o desmatamento fosse zerado até 2030. Os esforços também serão focados em reduzir a emissão de metano em até 30%. Em 2015, havia a meta de manter o aumento do aquecimento global neste século “bem abaixo” de 1,5 ºC em relação aos níveis pré-industriais. Um dos fatores que mais fazem com que tenhamos um ano mais quente com o passar dos tempos é a queima de combustíveis fósseis e pela primeira vez em uma conferência da COP, a redução disso foi discutida. De fato, precisamos encontrar outras maneiras de combustíveis que estão deixando o planeta Terra mais quentes. Todas as chuvas que estão castigando o Nordeste e Belo Horizonte são apenas um dos frutos que estamos colhendo devido à desatenção com as mudanças climáticas. Os governos, junto com a população, devem agir para procurar por alternativas que evitam que o lugar onde moramos não fique mais quente. Os especialistas possuem um mesmo pensamento para que possamos frear as mudanças climáticas: o momento de agir é agora. Você acha que 2021 foi realmente o sexto ano mais quente dos últimos dez anos? Diga pra gente nos comentários!
Veja também
Em novembro de 2021, conversamos mais sobre o Aquecimento Global no episódio 65 do Showmecast, confira: Fontes: The Verge l Mashable l Ars Technica l Wired